Papéis normativos e práticas sociais: o cinema e a modernidade no processo de elaboração das sociabilidades paulistanas (São Paulo na década de 1920)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Ferraresi, Carla Miucci
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-16072007-101615/
Resumo: São Paulo na década de 1920 passou por mudanças de natureza econômica, social, administrativa e cultural que transformaram sobremaneira os modos de percepção do tempo e do espaço de seus habitantes. Tais mudanças interferiram diretamente nos processos de interpretação e reelaboração dos signos que constituíam o repertório léxico-cultural daquela sociedade. O semblante da cidade ia se definindo apoiado, por um lado, nas influências socioculturais externas e num cenário urbano forjado à imagem e semelhança das grandes cidades européias e, por outro, numa sólida herança cultural advinda das nossas raízes coloniais. Ela se constituía em um espaço onde inúmeras etnias e vários grupos sociais conviviam, não sem tensões, imprimindo-lhe diferentes ritmos e temporalidades. Em meio a esse cenário caótico, fluido e transitório que constituía a cidade de São Paulo, entre as últimas décadas do século XIX e as primeiras do século XX, consolidou-se, juntamente com o início da industrialização, da implementação do comércio e do aparecimento de novos artefatos tecnológicos, um mercado consumidor em potencial. A consolidação desse mercado engendrou novas redes de sociabilidade, proporcionadas em grande medida pelo aparecimento de novos espaços públicos e pela implementação de novas tecnologias de lazer, especialmente o cinema. É nesse contexto que nos interessa estudar a relação entre a formação e consolidação do mercado cinematográfico na cidade de São Paulo, na década de 1920, e do aparato que constituía o negócio do cinema - as salas de exibição, os periódicos especializados, as críticas cinematográficas, as revistas sobre a vida das estrelas - e as mudanças ocorridas na vida cotidiana dos habitantes da cidade, configurando novas formas de sociabilidade, consumo e comportamentos; nos âmbitos público e privado