Participação do sistema endocanabinóide no núcleo leito da estria terminal sobre respostas de ansiedade em ratos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Assis, Anna Bárbara Borges de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17133/tde-22082017-145043/
Resumo: O sistema endocanabinoide é composto por ligantes endógenos, enzimas responsáveis pela síntese e degradação desses ligantes, além de receptores específicos. As duas principais moléculas endógenas, anandamida (AEA) e 2- araquidonilglicerol (2-AG), após sintetizadas, são difundidos para a fenda sináptica e agem retrogradamente em receptores canabinóides do tipo 1 e/ou 2 (CB1 e CB2, respectivamente). A ação da AEA termina após processo de internalização seguido por hidrólise através da enzima FAAH (fatty acid amid hydrolase; amidohidrolase de acidos graxos), presente no neurônio pós-sináptico. O 2-AG, por sua vez, é degradado pela MAGL (monoacilglicerol lipase), localizada pré-sinapticamente. O receptor CB1 modula negativamente a liberação de diversos neurotransmissores no sistema nervoso central. A participação dos endocanabinoides é amplamente descrita em diversas estruturas cerebrais envolvidas na expressão de respostas relacionadas aos comportamentos de ansiedade e medo, tendo seus efeitos mediados principalmente por CB1 e CB2. Entretanto, o papel dos endocanabinoides em algumas estruturas ainda não está completamente elucidado. Dentre essas, destaca-se o Núcleo Leito da Estria Terminal (NLET), uma estrutura límbica com importante papel na integração de informações associadas com controle autonômico, endócrino e comportamental durante situações aversivas. Há poucas evidências da presença e do envolvimento do sistema endocanabinoide no NLET sobre a modulação de respostas de ansiedade. Desta forma, o objetivo do presente estudo foi avaliar o envolvimento do sistema endocanabinoide presente no NLET na modulação de respostas aversivas inata e aprendida. Para isso ratos Wistar (240g - 270g) foram implantados com cânulas guia bilateralmente no NLET para administração de drogas. Foram utilizados: veículo (DMSO 10%), antagonista de receptores CB1, o AM251 nas doses de 0,1 a 0,3 nmol/100nL e um inibidor da enzima FAAH, URB597 nas doses de 0,01 e 0,1 nmol/100nL. Cinco dias após a cirurgia estereotáxica, os animais foram submetidos ao teste de resposta inata do Labirinto em cruz elevado por 5 minutos. Avaliou-se o número de entradas e o tempo gasto nos braços abertos e fechados. Dois a três dias após, os animais foram submetidos ao protocolo do medo condicionado ao contexto, realizado em 3 dias consecutivos. No dia do teste, respostas comportamentais (tempo de congelamento) e autonômicas (Pressão arterial média; Frequência cardíaca, e Temperatura cutânea da cauda) foram continuamente avaliadas durante 10 min. Nossos resultados demonstraram que o bloqueio ou ativação de receptores CB1 no NLET não alterou as respostas de medo inato. Entretanto, no medo aprendido, o antagonismo de receptores CB1 no NLET aumentou o componente comportamental e pressórico. Ainda, a inibição da FAAH no NLET, via CB1, diminuiu o componente comportamental e pressórico da resposta emocional condicionada. Desta maneira, podemos sugerir que o sistema endocanabinoide presente no NLET modula respostas de medo aprendido, sem intervir nas respostas de medo inato.