Petrologia do maciço alcalino de Anitápolis, SC

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1989
Autor(a) principal: Furtado, Sandra Maria de Arruda
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44135/tde-23062015-144628/
Resumo: O maciço alcalino de Anitápolis, cuja idade situa-se no limite Jurássico-Cretáceo, é intrusivo nas rochas granitóides do leste catarinense, originando uma depressão circular de 6 \'Km POT. 2\'. Devido à grande quantitade de material intemperizado o estudo do maciço foi realizado essencialmente através deamostras provenientes de testemunhos de sondagem. As rochas que formam o maciço são magnetita-biotita piroxenos e apatita-pirroxênio biotitos na porção central, envolvidas por ijolitos e nefelina sienitos. Nas bordas do maciço aparecem variedades leucocrácitas, mesocráticas e melanocráticas representando, respectivamente, grau baixo, médio e alto de fenitização. Quantidades menores de apatita piroxenitos formam faixas em meio a ijolitos, nefalina sienitos e rochas de borda. Foscoritos e carbonatitos estão presentes como veios e diques cortando as litologias silicáticas; os carbonatipos sovíticos, magnesianos e calcíticos tardios. Diques de fonolitos ocorrem penetrando as rochas granotóides encaixantes. Estudo por microssonda revela que os piroxênios compreendem diopsídios, salitas e soda-salitas, presentes nos magnetita-biotita piroxenitos e fonolitos, e egirina-augitas, com teores variáveis de sódio, para os demais tipos petrográficos; o conjunto dos dados aponta para pequena participação de \'Fe POT. 2+\' np processo evolutivo desses minerais. À exceção dos termos mais ultrabásicos, fedspatos aparecem em todos os tipos petrográficos e possuem teores extremamente baixos de Na. Grãos mais límpidos fornecem composições no intervalo \'Or IND. 77\' \'POT. - Or IND. 90\', enquanto que os de aspecto turvo, com Or > 90, contêm exsolução de albita na forma de filmes ou gotículas. A composição das nefelinas indica valores de 700 a 775 \'GRAUS\'C para os fonolitos e nefelina sienitos; temperaturas em torno de 500 \'GRAUS\'C foram obtidas para os ijolitos e para um nefelina sienito rico em biotita. A grande diversidade de cores ) exibida pelas micas - predominantemente biotitas nas rochas silicáticas e flogopitas nos carbonatitos e foscoritos - acha-se relacionada à composição química, especialmente aos teores de \'Tio IND. 2\', MgO e FeO; atenção especial é dada às variedades laranja e vermelha de flogopitas com grande participação de \'Fe POT. 3+\'. A apatita, mineral de ampla ocorrência, mostra composição distinta em função do tipo de petrográfico em que se acha presente, particularmente quanto ao teor de Si e, de modo subordinado, ao de Sr. Os anfibólios ocorrem como minerais tardios, sendo representados por Mg-arfvedsonita e Fe-richterita nas rochas silicáticas e por richterita nos carbonaticos e foscoritos. Análises químicas mostram para as rochas silicáticas razões elevadas de \'Fe IND. 2\'\'O IND. 3\'/\'Fe\'\'O\'; diminuição de \'Tio IND. 2\', \'Fe IND. 2\'\'O IND. 3\'\'Fe\'\'O\' e aumento de \'Al IND. 2\'\'O IND. 3+\' para quantidades crescentes de \'Si\'\'O IND. 2\'; grande dispersão para os valores de \'Na IND. 2\'\'O\' e \'K IND. 2\'\'O\'. Concentrações mais elevadas em \'P IND. 2\'\'O IND. 5\' são encontradas nos doscoritos e no apatita-piroxênio biotitito. As terras raras mostram pequena variação para a grande maioria das rochas de Anitápolis: as silicáticas possuem em geral concentrações de 10 a 100 vezes superiores aos condritos e baixas razões La/Yb; os sovitos e fosforitos mostram valores levemente mais elevados, enquanto que nos carbonatitos mais tardios o aumento é mais evidente. A colocação do maciço está associada a grandes falhamentos de direção aproximada NS, resultando provavelmente do soerguimento do bloco crustal hospedeiro. A cristalização do magma ocorreu sob condições de alta \'FO IND. 2\', como deduzido pela composição química dos minerais. O modelo petrogenético desenvolvido com base nos diagramas de subtração propõe uma magma parental formado no manto sujacente, submetido a processos metassomáticos com formação deanfibolitos, mica) e apatita. Deste líquido de composição nefelínica, a separação de frações imiscíveis daria origem aos carbonatitos, enquanto que os líquidos residuais evoluiriam por cristalização fracionada, originando as rochas mais leucocráticas. Soluções posteriores metassomatizantes ricas em sódio e potassio ocasionariam fenômenos de cristalização e recristalização responsáveis pela grande heterogeneidade constatada em alguns tipos petrográficos.