O impacto do fim da correção monetária no resultado das companhias brasileiras de capital aberto e na distribuição de dividendos: estudo empírico no período de 1996 a 2004

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Ambrozini, Marcelo Augusto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/96/96133/tde-05012007-170944/
Resumo: O fim da obrigatoriedade da correção monetária das demonstrações contábeis em 1995, fez com que as empresas brasileiras deixassem de reconhecer os efeitos da inflação na apuração dos seus resultados. Porém, mesmo com a aparente estabilização monetária promovida pelo Plano Real, a inflação acumulada de janeiro de 1996 a dezembro de 2004 ultrapassou 160% de acordo com dois dos principais indicadores nacionais. A inflação não deixou de existir com a extinção da correção monetária e, as empresas inseridas nesse contexto de alta generalizada dos preços, simplesmente deixaram de reconhecer seus efeitos na apuração de seus resultados. Nesse trabalho, coletamos as demonstrações contábeis de todas as empresas não financeiras de capital aberto listadas na Bolsa de Valores de São Paulo no período de 1996 a 2004 e procedemos com a Correção Monetária de Balanço, de acordo com a metodologia prevista na legislação brasileira. Os resultados do Teste de Diferença de Médias para Observações Emparelhadas e o Teste de Postos com Sinais de Wilcoxon para Pares Combinados mostraram que a desconsideração dos efeitos inflacionários distorceu o lucro das 255 empresas da amostra com um nível de confiança de 99%. Os resultados da correção monetária foram então comparados com o total de lucros distribuídos em dividendos por essas empresas, agrupadas em dezoito setores de diferentes atividades econômicas. As análises do índice de correlação de Pearson forneceram evidências de que os setores que mais ganharam com a inflação foram também aqueles que mais distribuíram dividendos aos acionistas e os setores que mais perderam com a corrosão do poder aquisitivo da moeda foram os que menos tiveram capacidade de distribuir lucro. O estudo empírico fornece uma visão mais clara de como a inflação tem impactado o lucro das empresas brasileiras e como o seu não reconhecimento pode afetar a distribuição desse lucro e a riqueza dos acionistas.