A interatividade no diálogo de viva-voz na comunicação radiofônica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Maciel, Suely
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27152/tde-14092009-150516/
Resumo: A presente tese buscou demonstrar os processos de articulação e efetivação da interatividade discursiva na comunicação radiofônica. Como ponto de referência, o recorte do corpus concentrou-se na constituição das estratégias discursivas especialmente empregadas pelos participantes de interlocuções de viva-voz em programas sobre diferentes situações do cotidiano da vida urbana. O raciocínio teórico foi apoiado nas noções de dialogismo, enunciado concreto e interação verbal, segundo o pensador russo Mikhail Bakhtin, bem como a compreensão de diferentes aspectos discursivos e enunciativos apresentados nas emissões dos programas exemplares analisados. O rádio foi considerado como mídia sonora na qual se encontram integrados vários sistemas de signos (musical, verbal e sonoro) articulados de modo indissociável para sua efetiva realização discursiva Esta característica faz parte da especificidade desta forma de comunicação social. A análise revelou que as estratégias discursivas, isto é, a concomitância da ordem de valores e do espaço semiótico gerador de sentidos da vida privada e social, correspondem aos princípios ideológicos norteadores do projeto editorial da emissora e são coerentes com esta proposta. A interatividade, portanto, sofre coerções que são de ordem discursiva e ideológica e, a despeito de certa compreensão corrente acerca desse processo, não se realiza como troca equânime de mensagens entre os participantes da comunicação (locutor- ouvintes), colocados em condição de igualdade graças ao acesso a determinados aparatos tecnológicos. A interatividade no rádio, portanto, passa a ser compreendida como uma das características do discurso radiofônico. Ela também se configura como lugar em que os enunciados da esfera privada/individual e os da esfera pública/coletiva surgem entrelaçados. Dessa forma, constitui-se como possibilidade essencial para comunicar outras instâncias de vivência da vida social cotidiana tal como ela é: concomitância e integração destas duas esferas.