Potencial do treinamento físico aeróbio para minimizar os efeitos da deficiência de leptina em um modelo experimental de camundongos fêmeas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Boschetti, Daniela
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/89/89131/tde-10122019-121141/
Resumo: O treinamento físico aeróbio (TFA) tem sido cada vez mais recomendado para a prevenção e tratamento de comorbidades, que podem ter em comum a resistência periférica à insulina (RI), como o diabetes tipo 2 (DM2) ea obesidade. Caracterizada pelo acúmulo excessivo de tecido adiposo, a obesidade também implica a disfunção endócrina desse tecido. Leptina e adiponectina são hormônios secretados pelos adipócitos que desempenham importante função no metabolismo energético, cujo desequilíbrio está fortemente relacionado à obesidade e à RI. Fisiologicamente, mulheres apresentam maiores níveis de leptina e adiponectina comparados aos de homens. Contudo, em condições como a obesidade e/ou DM2 esses níveis diminuem, deixando o organismo de fêmeas sem os efeitos protetores dessas adipocinas. Assim, o presente estudo teve como objetivo investigar os efeitos do TFA sobre as características morfofuncionais de TAB e pâncreas de camundongos fêmeas com deficiência de leptina. Para isso, camundongos fêmeas com oitosemanas de idade C57BL/J6 selvagem (C57) ou com deficiência de leptina ob/ob (Lepob) foram separadas nos grupos sedentárias (S) e treinadas (T): C57S (n=6), C57T (n=6), LepobS (n=5) e LepobT (n=8). O TFA foi realizadodurante oito semanas, com corrida a 60% da capacidade máxima, 1h/dia, 5x/semana. Água e ração foram administradas ad libitum. Os procedimentos foram aprovados pelo CEUA da EACH-USP (#001/2017). O acompanhamento do peso corporal e consumo de ração foi realizado semanalmente. Na 7ª semana de protocolo foram realizados os testesde tolerância àglicose (TTG) e à insulina (TTI). Ao final do protocolode treinamento foram avaliados parâmetros metabólicos de repouso e de esforço através da calorimetria indireta. A eutanásia dos animais foi realizada cominjeção intraperitoneal de anestésico e, em seguida, foram coletados os tecidos adiposos branco (TAB) subcutâneo e retroperitoneal e a porção esplênica do pâncreas, utilizados, posteriormente, para análises morfológicas. A determinação de adiponectinasérica foi realizada através de kit ELISA. Os resultados foram analisados por ANOVA de duas vias mais o teste post-hoc de Bonferroni. O protocolo de TFA não foi eficaz em reduzir a adiposidade e hiperfagia dos animais LepobS e LepobT, contudo o grupo LepobT apresentou tamanho reduzido de adipócitos doTAB-SC comparado ao grupo LepobS.O TFA não afetouo metabolismo glicêmico dos animais. Os parâmetros metabólicos derepouso não apresentaram alteração, contudo, noteste de esforço físico máximo, o grupo LepobT apresentou maiores tempo em teste até a exaustão e iVO2 comparado ao grupo LepobS. Por fim, embora o TFA não tenha aumentadoa secreção de adiponectina, o que poderia regular positivamente o metabolismo glicêmico de camundongos deficientes em leptina, melhorou a condição metabólica desses animais e reduziu a hipertrofia dos adipócitos do TAB-SC.