Episiotomia e integridade perineal no parto: inovações e contradições no ensino e na assistência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Lemes, Luana Beatriz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-05022024-185340/
Resumo: Introdução: o acesso a uma assistência segura e respeitosa, que possibilite uma experiência de parto positiva, ainda é um desafio, especialmente no Brasil, que possui um modelo de assistência com excesso de intervenções, entre elas a episiotomia. Objetivo: descrever e analisar as mudanças no ensino e na prática da episiotomia, e as estratégias consideradas mais efetivas para facilitar a incorporação de evidências e boas práticas na assistência ao parto vaginal. Métodos: pesquisa com métodos mistos; foram realizadas entrevistas com profissionais de saúde e docentes; adicionalmente, realizamos observação de plantões e análise documental para descrever e avaliar as mudanças nas taxas de episiotomia e demais desfechos perineais de uma maternidade-escola do Estado de São Paulo. O material foi analisado sob as perspectivas de gênero e da teoria histórico-cultural da atividade. Resultados: as estratégias consideradas mais efetivas na mudança da formação e da prática de profissionais de saúde foram: a) tornar o problema visível: protocolos com registro e monitoramento de indicadores (taxa de episiotomia, integridade do períneo e lacerações classificadas por gravidade) e a obrigatoriedade de registro em prontuário da indicação da episiotomia; b) mudanças na formação: disseminação de evidências científicas, capacitações teóricas e práticas incluindo simulações, e a redução do uso de fórceps; c) a implementação da Iniciativa Hospital Amigo da Mulher e da Criança e do plano de parto, facilitado pelo Laboratório de Mudança, e a ampliação da comunicação com parturientes; d) atividades educativas com usuárias e rodas de gestantes. Conclusões: para a implementação e manutenção de um modelo seguro e qualificado são necessárias estratégias específicas, relacionadas aos indicadores e à capacitação de profissionais, e ações que promovem a comunicação para o fortalecimento do protagonismo de parturientes. Este conjunto de estratégias pode proporcionar um cuidado livre de danos e uma experiência de parto positiva, promovendo um ensino condizente com diretrizes nacionais e internacionais, e formando profissionais mais atentos às evidências científicas e aos direitos humanos.