Diversidade e evolução do sistema vascular em Nyctaginaceae (Caryophyllales)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Cunha Neto, Israel Lopes da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41132/tde-09122021-141322/
Resumo: Nyctaginaceae, a família da primavera, tem ampla ocorrência nos Neotrópicos, e com espécies com uma notável variedade de hábitos e padrões anatômicos vasculares em seus caules. Por exemplo, os caules dessas plantas têm sido descritos com feixe medulares e variações cambiais desde o século 19, sendo na maioria das vezes interpretadas como tendo câmbios sucessivos e em algumas poucas vezes como floema interxilemático. Todavia, pouco se sabe sobre a real diversidade, origem, desenvolvimento e evolução dessas anatomias vasculares e ainda menos conhecida é sua distribuição filogenética e se elas impactaram a diversificação dos clados dentro da família. Portanto, o presente estudo teve como objetivo compreender a diversidade anatômica, desenvolvimento, distribuição e evolução dos diferentes padrões anatômicos vasculares em Nyctaginaceae. Amostras de caules de mais de 90 espécies distribuídas em 26 dos 34 gêneros conhecidos, e pertencentes a seis das setes tribos da família foram investigadas. Nossos resultados apontam que a diversidade e complexidade do sistema vascular caulinar em Nyctaginaceae é maior do que previamente imaginado. Há dois subtipos de eustelo na família, regular e policíclico (que inclui feixes medulares e um procâmbio contínuo), e dois tipos de variações cambiais, câmbios sucessivos e floema interxilemático. Nós vimos que caules com feixes medulares e floema interxilemático representam a condição mais comum e ancestral para a família. Entretanto, a evolução de variações cambiais não é contingente em relação ao sistema vascular primário, e nem aos hábitos. Vimos também que Nyctaginaceae se destaca como uma das poucas famílias onde representantes de todas as linhagens apresentam variações cambiais. Finalmente, a diversidade dessas anatomias complexas é discutida sob o conceito de morfologia contínua, dado que a evolução desses padrões em Nyctaginaceae ocorreu com transições intermediárias entre as diferentes categorias. O impacto dos hábitos, habitats e variações cambiais na diversificação da família também são discutidos. Este trabalho demonstra que estudos ontogenéticos realizados em um contexto filogenético continuam sendo um excelente método para desvendar a enorme diversidade morfológica encontrada nos organismos, sua evolução e seus impactos na diversificação das espécies.