Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2008 |
Autor(a) principal: |
Kirsten, Thiago Berti |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10133/tde-08092008-161132/
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Resumo: |
O lipopolissacarídeo (LPS) é uma endotoxina bacteriana capaz de ativar o sistema imune com a síntese de citocinas pró-inflamatórias (IL-1, IL-6, TNF-α, dentre outros), afetando o cérebro animal e causando o comportamento doentio. Durante a gestação, infecções e inflamações maternas podem levar a danos na prole, incluindo desordens neuropsiquiátricas como depressão, esquizofrenia e autismo. O presente trabalho avaliou os efeitos comportamentais e neuroquímicos da exposição ao LPS em ratas gestantes e nas suas proles. Para tanto, ratas Wistar receberam o LPS (100 µg / kg, i.p.) no 9,5º dia de gestação (GD). A atividade geral destas ratas foi observada 1 hora após o tratamento; a ingestão de alimentos às 24, 48 e 72 horas e a temperatura corpórea tomada 1, 24 e 48 horas após o tratamento. Durante a gestação e ao nascimento da prole, avaliou-se o ganho de peso materno, a duração da gestação, o número e peso dos filhotes nascidos. Os filhotes machos destas ratas tratadas com LPS foram estudados quanto aos padrões físicos e reflexológicos, a atividade geral observada em campo aberto, o comportamento de brincar, os níveis de neurotransmissores e metabólitos no estriado, hipotálamo e córtex frontal, a morfologia cerebral, a interação social na idade adulta, a catatonia induzida por haloperidol e a estereotipia induzida por apomorfina. Os resultados mostraram que a administração do LPS no GD 9,5 nas fêmeas prenhes causou: 1) comportamento doentio, com redução da atividade geral, da ingestão de alimentos, do ganho de peso durante a gestação, e da viabilidade da prole; 2) não interferiu na duração da gestação, no peso total e individual da prole, além de não causar febre materna. Na prole destas ratas observou-se na infância, em relação aos animais do grupo controle: 1) ausência de alterações no desenvolvimento dos padrões físicos e reflexológicos; 2) redução na auto-limpeza, sem alterações nos demais parâmetros da atividade geral; 3) redução do comportamento de brincar. Na idade adulta verificou-se: 1) redução na interação social e nos níveis de dopamina estriatal e seus metabólitos; 2) não foram observadas alterações na catatonia induzida por haloperidol, no comportamento estereotipado induzido por apomorfina, na morfologia cerebral, nos níveis de neurotransmissores e metabólitos hipotalâmicos e do córtex frontal, bem como de noradrenalina e serotonina estriatais. Estes dados mostraram que a infecção materna pode interferir no ambiente intra-uterino, comprometendo a viabilidade da ninhada, prejudicando o comportamento social da prole por toda a vida, interferindo também com a atividade do sistema dopaminérgico estriatal. Em vista desses resultados, sugeriu-se que essas alterações não comprometeram o sistema motor da prole, mas sim a emocionalidade e a motivação. |