John Ashbery: um módulo para o vento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1997
Autor(a) principal: Bosi, Viviana
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8151/tde-14122023-134827/
Resumo: O eixo do trabalho consiste na tradução e análise interpretativa do poema \"Self-Portrait in a Convex Mirror (1975), de John Ashbery, poeta norte-americano contemporâneo. Encontro na sua poesia uma densa matriz, ao tratar problemas centrais da arte deste fim de século, tais como as dificuldades na correspondência entre o eu e sua representação, instante e sucessão temporal, experiência e sentido, identidade e alteridade. Proponho-me a apresentar uma leitura desse autor que nos faça refletir sobre a subjetividade contemporânea e nos conduza, a partir da poesia, a interrogar a natureza da cultura de nosso tempo. Começo por levantar as dificuldades de leitura, tendo em vista a sua desconfiança em relação à perspectiva fixa: Ashbery problematiza a apreensão da realidade em seu constante devir. A seguir, procuro situar a obra do poeta na poesia moderna, pesquisando relações com a tradição norte-americana, discutindo vínculos com o Surrealismo, levantando e problematizando estas e outras correspondências. Faço também uma introdução geral à sua obra, realçando traços recorrentes, e buscando formas de caracterizá-la. Considero \"Self-Portrait\" um intérprete da cultura, síntese desdobrável do presente. A partir dele, discuto a relação difícil entre imagem e sujeito, arte e vida, passado-presente-futuro, moderno e pós-moderno. Procuro as raízes do poema na crise da representação maneirista, pensando no quadro de Parmigianino (com quem dialoga o poema), assim como nas rupturas e continuidades da literatura a partir do Romantismo. A arte de Ashbery tematiza o impasse entre movimento e forma, a vida e sua representação.