Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Aquino, Gustavo Selenko de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7141/tde-22022021-100503/
|
Resumo: |
Introdução: o uso de cocaína e/ou crack durante o período gestacional implica em alterações orgânicas e variabilidade nos dados antropométricos da criança. Ainda são escassos estudos sobre a relação entre o uso de cocaína e/ou crack durante a gestação e o crescimento infantil. Objetivos: sintetizar estudos sobre crescimento pôndero- estatural e descrever o diagnóstico nutricional de lactentes (crianças de 0 a 1 ano), filhos de mulheres que usaram cocaína e/ou crack durante o período gestacional. Método: foram realizados revisão integrativa e estudo epidemiológico observacional descritivo de abordagem quantitativa, apresentados em dois artigos. A revisão buscou estudos com medidas de peso, estatura e/ou perímetro cefálico, até o primeiro ano de vida, nas bases Scopus, Cinahl, Embase, Web of Science e PsycNET e nos portais Pubmed e BVS, que respondessem à pergunta: Como ocorre o crescimento pôndero-estatural de lactentes cujas mães fizeram uso de cocaína e/ou crack durante o período gestacional?. O estudo de campo usou dados de prontuários, do período de 2013 a 2017, em um ambulatório de seguimento neonatal e infantil em Curitiba (PR), sendo variáveis dependentes peso, comprimento e perímetro cefálico, e variáveis independentes dados do pré-natal, do parto, do nascimento e do período pós-natal. A análise dos dados utilizou os programas Antrho®, para crianças a termo, e Intergrowth-21®, para prematuros, construindo os diagnósticos nutricionais de peso para idade, comprimento para idade, perímetro cefálico para idade e peso por comprimento. O projeto teve aprovação dos Comitês de Ética em Pesquisa (CAEE 99594818.7.0000. 5392 e CAEE 99594818.7.3001.0096). Resultados: o estudo de revisão incluiu 7 estudos, publicados entre 1992 e 2011, nos EUA. Os lactentes expostos apresentaram valores menores nas medidas de crescimento, quando comparados aos de grupo controle. As diferenças foram mais expressivas ao nascimento, tendendo à aproximação com o passar dos meses. No estudo de campo, a amostra foi composta por 94 crianças, com dados do nascimento, decrescendo nas mensurações seguintes, havendo apenas 17 com dados no final do primeiro ano. Eram filhas de mulheres brancas (48,9%), com baixa escolaridade (34,0% fundamental incompleto; 11,7% fundamental completo; 15,9% ensino médio incompleto); maioria com uso de crack (68,0%) e cocaína (39,4%). O número médio de consultas de pré-natal foi de 5,6, idade gestacional média de 37,65 semanas, peso de 2.724 g, comprimento de 46,74 cm e perímetro cefálico de 32,84 cm. Quanto ao diagnóstico nutricional, no grupo avaliado pelo Intergrowth-21®, uma parcela dos lactentes apresentou perímetro cefálico elevado nas primeiras medições, com aumento na última medida e demais parâmetros com diagnósticos adequados no nascimento e fim do primeiro ano. No grupo avaliado pelo Anthro®, a maior parte da amostra apresentou valores adequados de perímetro cefálico, comprimento e peso conforme a idade, no nascimento e na última medida. O total de perdas de seguimento nos dois grupos foi de 34 lactentes. Conclusão: segundo a literatura, o uso de cocaína/crack durante o período gestacional proporciona desfechos de crescimento pôndero-estatural diferentes, quando comparado a não expostos, ocorrendo catch-up entre o sexto e o décimo segundo meses de vida. No estudo epidemiológico, houve grande número de perdas de seguimento, demandando estudos mais robustos para a compreensão do fenômeno. |