Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2004 |
Autor(a) principal: |
Puccia, Maria Inês Rosselli |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6136/tde-21032023-174812/
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Resumo: |
A violência contra a mulher vem sendo reconhecida internacionalmente como uma violação dos direitos humanos e um dos mais importantes problemas de saúde pública. Estudos indicam que as mulheres agredidas por seus parceiros apresentam risco aumentado para uma série de problemas de saúde, com implicações na forma de uso dos serviços de saúde e na resposta destes às necessidades das mulheres. Objetivos. Caracterizar a freqüência, época de ocorrência e gravidade da violência física ou sexual perpetrada pelos parceiros íntimos de mulheres em idade reprodutiva, que se utilizam dos serviços de atenção primária à saúde em Santo André (SP); analisar as diferenças existentes entre os grupos de mulheres que relataram e que negaram violência física ou sexual, segundo características sociodemográficas, sexuais/reprodutivas e de parceria da população em estudo. Métodos. Trata-se de um estudo epidemiológico de corte transversal, através de amostragem consecutiva. Foram aplicadas entrevistas estruturadas com base no instrumento para investigação de violência por parceiro íntimo, padronizado pela Organização Mundial de Saúde, a uma amostra de 328 usuárias provenientes de três serviços de atenção primária à saúde. O tratamento estatístico foi feito através do Programa STATA 6. Diferenças entre os grupos foram testadas por Qui Quadrado e/ou Teste Exato de Fisher. Resultados. Foi identificada prevalência de 40.2% (IC95%=34,9-45,6%) de violência física ou sexual, perpetrada pelo parceiro íntimo. A violência física na vida foi relatada em 35% dos casos; em se tratando de violência sexual a proporção chegou a 18%. Dentre as entrevistadas, 8,8% (IC95%=6,0-12,5) informaram episódio de violência física ou sexual perpetrada pelo parceiro íntimo nos últimos 12 meses. Os atos de violência física perpetrados tendem a ser severos para 23% (IC95%=18,4--27,8) das mulheres e repetitivos em 58% (IC95%=48,7-67,4) dos casos relatados. Destaca-se que as mulheres em situação de violência têm idade mediana de 34,8 anos (p< 0,0005) e baixa escolaridade (Mediana de 5,5 anos; p<0,0005); cerca de 60% (IC95%=50,2-67,6) são donas de casa ou estão desempregadas e 54% (IC95%=44,9-62,5) delas pertencem à classe D. Aproximadamente 50% (p<0,0001) delas relatou história de abortamento. Conclusões. As estimativas de prevalência de violência por parceiros íntimos encontradas, sugerem alta magnitude do fenômeno entre as usuárias dos serviços de atenção primária. Espera-se que o estudo contribua para a implementação de políticas públicas de saúde de proteção e atenção às cidadãs em situação de violência. |