Influência da eutrofização do ambiente na transferência trófica de ácidos graxos ao longo do ciclo reprodutivo de peixes com diferentes hábitos alimentares

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Gomes, Aline Dal' Olio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41135/tde-10102014-114902/
Resumo: O objetivo do presente estudo foi investigar como o grau de trofia dos reservatórios interfere na transferência trófica de ácidos graxos (FA) aos peixes teleósteos de hábitos alimentares distintos, relacionando os principais FAs considerados biomarcadores à sua importância em processos bioquímicos. Para isso, fêmeas adultas de Astyanax fasciatus, uma espécie onívora, e Hoplias malabaricus, uma espécie carnívora, foram amostradas durante um ano em dois reservatórios com diferentes graus de trofia na região metropolitana de São Paulo: Ponte Nova, considerado o reservatório referência, e o braço Taquacetuba no reservatório Billings, local hipereutrófico. O perfil de FAs do séston, conteúdo estomacal e dos triacilgliceróis (Tg) e fosfolipídios (Fl) teciduais foram analisados por cromatografia gasosa. Como um reflexo do perfil de FAs do séston, juntamente com o conteúdo estomacal, foi possível observar um predomínio de ácidos graxos polinsaturados (PUFAs) n6, como C18:2n6 e ARA (ácido araquidônico), e do FA C18:1n9 na maioria dos tecidos analisados das fêmeas de A. fasciatus no reservatório referência, enquanto houve maior porcentagem de HUFAs (ácidos graxos altamente insaturados) n3, principalmente EPA (ácido eicosapentaenoico) e DHA (ácido docosahexaenoico) nos tecidos das fêmeas coletadas no reservatório hipereutrófico, resultando em alterações nas razões n3/n6 e EPA/ARA nesses animais. O mesmo padrão de deposição dos FAs foi observado nos tecidos das fêmeas de H. malabaricus, como resultado do perfil de FAs da sua presa potencial. Contudo, o desbalanço entre as diferentes classes de PUFAs observado entre os reservatórios parece ser menor para essa espécie, não refletindo em alterações na razão EPA/ARA. Deste modo, as alterações ambientais interferiram no perfil de FAs do séston das áreas em questão e, consequentemente, na composição de FAs do alimento disponível para os níveis tróficos superiores. Este fato refletiu em modificações no perfil de FAs teciduais dos peixes dos diferentes ambientes, podendo interferir em uma gama de processos bioquímicos envolvidos com essas moléculas. Contudo, essas alterações parecem ter um efeito menor em espécies carnívoras do que onívoras