Política e educação pública em Diderot: noção de escola pública como centro de uma política das luzes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Calça, Robson Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-29032017-160737/
Resumo: Nesta tese concentro-me em duas propostas de educação pública que Denis Diderot projeta para a Rússia - assim como no pensamento político que lhes dá origem. Para tanto, analiso textos pouco estudados de Diderot e de seus interlocutores (sobretudo da década de 1770), como: Mémoires pour Catherine II; Observations sur le Nakaz; e o próprio Nakaz, de Catarina II; além de grande parte da correspondência do filósofo francês. Em tais textos, Diderot revela um pensamento político mais completo e até mesmo mais autoral do que em obras de outros períodos. Os projetos de educação pública que aqui examino, assim como o pensamento político que os concerne, são, indubitavelmente, os mais representativos daquilo que significou o período das luzes, seja pelo que neles há de tradição política e educacional, seja pelo que há de inovador e arrojado nas aspirações iluministas de reforma geral da sociedade. Aspirações que fazem com que as próprias propostas de educação pública de Diderot insiram-se em um intento maior, que marca toda a trajetória filosófica do pensador: a construção de uma nova ordem política e social, por meio do maior fomento possível e da difusão máxima das luzes. A proposta educacional de Diderot, como um todo, situa-se no cerne deste intento; constitui-se como parte dele, mas não como uma parte qualquer. Demonstro que, sem a educação pública, a reforma institucional que Diderot formula para a Rússia, assim como o conjunto de seu pensamento sobre o homem em seu estado civil, perde a sua própria razão de ser: a superação da ignorância e tudo o que a fomenta - como a tirania, o fanatismo e a desigualdade de direitos. Demonstro ainda como Diderot encontra no interior das escolas setecentistas (sobre as quais desfere as mais duras críticas) um critério de justiça com o qual visa corrigir toda a sociedade: o mérito individual. Então, sem me descuidar do contexto histórico, traço as raízes filosóficas destas propostas de Diderot, a fim de melhor compreender as relações que ele estabelece entre educação e política; conhecimento e justiça; instrução e progresso.