Pseudomyxoma peritonei do apêndice cecal: caracterização anatomopatológica e associação com dados clínicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Silva, André Lopes de Farias e
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-30062021-103246/
Resumo: INTRODUÇÃO: A classificação histológia do pseudomyxoma peritonei é controversa e pobremente associada ao comportamento clínico da neoplasia. O objetivo principal desse estudo é associar os achados anatomopatológicos do grau histológico da metástase peritoneal com sobrevida global e sobrevida livre de doença. O objetivo secundário é a associação dos niveis séricos préoperatórios dos marcadores tumorais CEA, CA 19-9 e CA-125 com sobrevida global e valor preditivo para citorredução CC0-1. MÉTODOS: Realizou-se estudo retrospectivo de coorte com revisão anatomopatológica e dos dados clínicos de pacientes com o diagnóstico de pseudomyxoma peritonei com origem no apêndice cecal atendidos no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo no período de 2008 a 2018. Foram obtidas as lâminas dos espécimes cirúrgicos, laudos anatomopatológicos originais, e os casos foram revisados. Os dados clínicos dos pacientes foram coletados por meio de registros médicos. RESULTADOS: De um total de 1.696 pacientes com diagnóstico de neoplasia maligna abdominal com origem no apêndice, peritônio, retroperitônio, ovário ou que tiveram os procedimentos cirúrgicos classificados como citorredução, peritonectomia ou quimioterapia intraperitoneal hipertérmica, 72 foram inclusos na análise. Os implantes eram de baixo grau em 41 (57%) dos pacientes, de alto grau em 21 (29%) e 10 (14%) apresentavam mucina acelular. Quarenta e quatro (61%) foram submetidos a citorredução CC0-1 e 28 (39%) submetidos a cirurgia CC2-3. Mucina acelular e tumores de baixo grau associaram-se a maior sobrevida livre de doença, p=0,02. Citorredução CC0-1 associou-se a maior sobrevida, 122,80 meses (95% CI 95,38-150,23) p < 0,0001. Pacientes com valores elevados de CA 19-9 tiveram sobrevida mediana menor, de 36,89 meses (95% CI 23,05-50,73), p < 0,001. Um valor normal do CEA de 5,0 U/ml associu-se a sensibilidade de 100% em se obter citorredução CC0-1, enquanto que um valor de CA 19-9 de 625 U/ml associouse a baixa possibilidade em se obter a citorredução com sensibilidade de 21% e 100% de especificidade. CONCLUSÕES: O grau histológico não associou-se a diferença na sobrevida global, porém associou-se a sobrevida livre de doença naqueles pacientes submetidos a citorredução CC0-1. O CA 19-9 normal no pré-operatório prediz maior possibilidade de melhor sobrevida global. CEA e CA 19-9 podem ser bons preditores na possibilidade da obtenção de citorredução CC0-1 com sensibilidade e especificidade satisfatórias. A obtenção de uma citorredução CC0-1 é provavelmente o principal fator determinante de maior sobrevida