Modernização e desenvolvimentismo: formação das primeiras favelas de São Paulo e a favela do Vergueiro 

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Lara, Fernão Lopes Ginez de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-11032013-111954/
Resumo: Nessa dissertação tratamos da formação das primeiras favelas paulistanas e em especial da favela do Vergueiro (~1949-1969), como particularidade de um estudo sobre a constituição do capitalismo no Brasil em seu momento desenvolvimentista. Tomando o capitalismo como uma socialização crítica, considera-se a realização da acumulação como momento conceitual que nega a si mesmo, expresso pelo movimento de expulsão da fonte originadora do capital - o trabalho - através do desenvolvimento das forças produtivas. No Brasil, teria se dado uma industrialização sem ruptura completa da forma social, refletindo-se num processo posto em grande parte pelas necessidades de venda de mercadorias do departamento de bens de capital global. A periferia capitalista se expressaria por uma formação negativa do trabalho, expropriando trabalhadores/as e forçando sua mobilização para o trabalho, sem sua necessária incorporação como polo negativo do capital. Sem dispor de base de valorização produtiva, muitos investimentos capitalistas concentram-se na propriedade da terra através do mercado imobiliário, expresso na retenção de terras na cidade de São Paulo. No período analisado - meados de 1930 a 1970 - as favelas não eram tão significativas comparativamente à magnitude que o fenômeno viria a assumir a partir dos anos 1970; entretanto, são igualmente representativas das particularidades das contradições postas pela modernização brasileira. A contradição entre expropriação, industrialização periférica e mercado imobiliário culminaria na profusão de favelas, identificando a princípio o próprio Estado como agente formador de favelas, vindo o processo a assumir maior expressão face aos movimentos migratórios e dificuldades do acesso à terra para moradia. Por último, analisamos as políticas de desfavelamento, aqui entendidas como formadoras para o trabalho e para garantir a liberação da propriedade privada.