Avaliação da função e do tônus dos músculos do assoalho pélvico em mulheres com e sem constipação intestinal funcional: um estudo observacional transversal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Miotto, Viviane Garnica
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17152/tde-06052022-154015/
Resumo: A constipação intestinal Funcional (CIF) apresenta uma alta prevalência em todo o mundo, sendo maior em mulheres adultas e idosas, e com alterações no assoalho pélvico e sua função. O objetivo primário desta pesquisa foi caracterizar a função e o tônus dos músculos do assoalho pélvico (MAP) de mulheres com diagnóstico clínico de CIF e comparar com mulheres que não apresentam o problema. Os objetivos secundários foram avaliar e comparar a qualidade de vida (QV), os sintomas de disfunção do assoalho pélvico e sua correlação com o tônus e a função muscular entre mulheres com e sem CIF. Os desfechos primários deste estudo foram avaliados utilizando a palpação vaginal e a manometria vaginal. Os desfechos secundários foram avaliados utilizando questionários validados. Todos os exames dos MAP foram feitos por uma única examinadora treinada especialista em saúde da mulher e cega em relação aos sintomas de disfunção dos MAP e ao diagnóstico de CIF. O Teste Chi - Quadrado foi utilizado para determinar a associação da capacidade de relaxamento entre os grupos. Foi utilizado o Teste de Mann- Whitney para análise das variáveis do tônus muscular entre os grupos de participantes com e sem CIF foi utilizado e para comparar a QV entre as participantes com e sem CIF. Para relacionar as participantes com e sem CIF com a pressão de repouso e a média do pico da contração voluntaria máxima (CVM) dos MAP foi utilizado teste T de Student. Trata-se de um estudo observacional transversal que incluiu 60 mulheres sendo estas divididas em dois grupos: com CIF (n=30) e sem CIF (n=30), com média de idade de 48,2 (±12,22) anos para mulheres com CIF e 51 (±13,47) anos sem CIF. Ambos os grupos apresentaram sobrepeso. Nos dados obtidos utilizando os questionários PFIQ - 7 e PFDI-20 observa-se um maior comprometimento nas mulheres com CIF. Encontrou-se diferença significativa entre os grupos, sendo maiores nas mulheres com CIF no domínio do intestino do PFIQ-7 (p= 0,016) e no domínio de disfunção anal do PFDI-20 (p= >0,001). Um maior percentual de mulheres com CIF demonstrou pior capacidade de relaxamento dos MAP (38,3%) comparada com as mulheres sem CIF (11,7%), sendo esta diferença significativa entre os grupos (p=0,008). Foi observado que a maioria das mulheres apresentaram tônus normal, não havendo diferença no tônus entre as mulheres com e sem CIF (p=0,765). Na amostra estudada na avaliação da QV geral segundo Questionário SF- 36 não houve diferença entre as mulheres com e sem CIF. Verificou-se que no grupo das participantes sem CIF, foram significativamente melhor na capacidade de contração dos MAP, obtida pela manometria vaginal (p = 0,008). Neste estudo observou-se que as mulheres com CIF têm uma maior dificuldade de relaxamento dos MAP, e que o tônus muscular não necessariamente estará aumentado e que a CIF impacta a QV das mulheres.