Do seu olho, eu sou o olhar: decifrando Enigmas de Beatriz Martín Vidal.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Ruiz, Regina Celia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8156/tde-20082024-103517/
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo realizar uma análise de sete contos inseridos no livro ilustrado Enigmas, da artista plástica espanhola Beatriz Martín Vidal, o qual apresenta, de forma singular, releituras de contos de fadas, repletas de desafios à sensibilidade perceptiva e à intelecção crítica. A obra, cuja composição pós-moderna é presidida por uma lógica de desconstrução e de montagem conceitual, comporta procedimentos intertextuais e metaficcionais que desautomatizam o olhar do interlocutor. O procedimento utilizado pela autora requer a cumplicidade do leitor para destecer a linearidade narrativa própria dos textos com os quais dialoga, e convoca-o a sondar enigmas, os quais propõe por meio de inquietantes perguntas. A leitura analítica, a que se procede nesta pesquisa, recorre, em especial, às inovadoras ideias do historiador de arte alemão Abraham Moritz Warburg, conhecido como Aby Warburg, e busca sondar, no limiar das múltiplas linguagens, espectros ou elementos nínficos que sobrevivem no fiar das narrativas da obra em referência, ou seja, nos contos de fadas, nela contidos, revelando-se como presenças que sobrevivem a tempos, espaços e culturas, carregando as essências que constituem as questões existenciais humanas. Aby Warburg cunhou a expressão Nachleben referindo-se à vida póstuma ou pós-vida de uma presença espectral que pode ocorrer de forma mais ou menos evidente, atuando de maneira a romper com a temporalidade, transformando-a em algo novo, tomado pela influência dos fantasmas. No perfazer do processo investigativo, recorre-se a uma bibliografia que abarca análises críticas e interpretativas de base filosófica, cujos pensadores alinham filosofia à poesia e analisam os fenômenos literários no contexto das questões humanas que permeiam a sociedade, estudiosos como Michel Maffesoli, Giorgio Agamben, Walter Benjamin e Georges Didi-Huberman. Este último pesquisador traz contribuições fundamentais para o estudo relacionado às imagens dos sete contos: La Bella Durmiente, Caperucita Roja, Caperucita Blanca, Caperucita Negra, Blancanieves, Rapunzel e Los Cisnes Salvajes.