Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Othman, Helena de Morais Manfrinato |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-14022023-112152/
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Resumo: |
Nesta tese, busquei analisar a formação e dinâmica social de uma ocupação urbana em São Paulo que abrigou famílias de refugiados palestinos do conflito sírio a partir dos entrecruzamentos de redes solidárias de movimentos sociais e ONGs em conjunturas de visibilidade política específicas, tanto locais quanto internacionais. No bojo da midiatização da crise humanitária na Síria, as famílias palestinas passaram a ser enquadradas (BUTLER, 2015) como vulneráveis, passíveis de ajuda e interesse ético-político. Considerei o impacto da visibilização do refúgio causado pelo conflito sírio na ocupação Leila Khaled, bem como nos modos de participação, socialidades e percepção dessas famílias, bem como as formas de solidariedade políticas e humanitárias. Por um lado, a visibilidade projetou a ocupação publicamente, gerando o engajamento de redes solidárias (esquerda, organizações civis e poder público) com as famílias palestinas, gerando um desequilíbrio interno na ocupação, haja vista que as famílias brasileiras não recebiam a mesma atenção. Ao mesmo tempo, esses enquadramentos de guerra por sua vez, não coincidem com os modos de apresentação e percepção de si dos palestinos, modeladas nas experiências de refúgio palestino ao longo de 70 anos, que mobilizam as imagens de uma relação vital com a terra ancestral, memória e ideias sobre família e na força contida em seu sangue. Meu objetivo foi compreender os termos que embasam e articulam essas percepções, como eles impactam e produzem essas socialidades, as formas políticas e econômicas de participação e convivência, na organização de espaços político-culturais, nas articulações políticas junto a movimentos sociais, na produção e comercialização de alimentos, e na relação de vizinhança entre famílias palestinas. Minha hipótese inicial é que a publicização do refúgio, ao passo que limitou os atores ao papel de refugiados segundo uma lógica humanitária, viabilizou uma percepção positiva das populações árabes e muçulmanas entre brasileiros. Ao decorrer da pesquisa, pude observar a ampliação de redes e conexões solidárias, criação de procedimentos novos para lidar com a diferença (étnica, cultural, linguística, política) e também o desenvolvimento de uma sensibilidade em relação ao refúgio. Ao mesmo tempo, observaram-se conflitos, rupturas, desconfianças emergirem com a mesma força, revelando a trama complexa das formas de acolhida de populações refugiadas no Brasil, e como essas populações respondiam às mesmas |