Suscetibilidade e resiliência aos efeitos da subjugação social prolongada em camundongos machos adolescentes: estudo da enzima neuronal de síntese do óxido nítrico (nNOS).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Carrillo, Jose Fernando Salvador
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42136/tde-26102017-153230/
Resumo: O cérebro não atinge sua completa maturidade até a idade adulta, tornando os adolescentes especialmente vulneráveis aos efeitos do estresse. Nesta etapa da vida, o bullying é um fator de risco que pode levar ao desenvolvimento da depressão, no entanto, não está claro porque alguns indivíduos são mais suscetíveis que outros. O óxido nítrico (NO), uma importante molécula sinalizadora no organismo, é sintetizada principalmente pela enzima óxido nítrico sintase neuronal (nNOS) no sistema nervoso central. Estudos sugerem que o NO e a nNOS poderiam desempenhar um importante papel na fisiopatologia da depressão, no entanto, ainda não foram realizadas pesquisas sobre a participação da nNOS no fenômeno da resiliência e suscetibilidade à depressão no período da adolescência. Por tanto, o objetivo deste trabalho foi estudar os efeitos da subjugação social prolongada em camundongos machos adolescentes C57BL/6 resilientes e suscetíveis a este tipo de estresse sobre comportamentos emocionais, bem como sobre a expressão gênica, proteica e a atividade enzimática da nNOS em algumas regiões cerebrais. Nossos resultados mostraram que alguns animais expostos ao estresse social prolongado desenvolveram esquiva social (56,7%) no teste de interação social e anedonia (50%) no teste de preferência por sacarose. Estes animais foram denominados suscetíveis. No entanto, outra parcela de animais não mostraram estas alterações comportamentais e foram denominados resilientes. Nossas análises moleculares mostraram que somente os camundongos resilientes apresentaram uma diminuição na expressão proteica e gênica da nNOS no hipocampo (HC) e no córtex pré-frontal (CPF), áreas comumente relacionadas com a depressão. Os camundongos suscetíveis apresentaram valores semelhantes aos controle nessas áreas cerebrais. Curiosamente, o estriado dorsal (ED), área utilizada como controle negativo, apresentou alterações na expressão gênica, proteica e na atividade enzimática nos animais resilientes e suscetíveis. Adicionalmente, foram analisadas as concentrações séricas dos nitratos e nitritos sistêmicos (NOx). Os camundongos resilientes apresentaram maiores concentrações destes metabolitos quando comparado com os animais suscetíveis. Em conclusão, nossos dados mostram que o estresse social prolongado é capaz de induzir comportamentos anedônicos e de esquiva social em camundongos machos adolescentes. As análises moleculares indicam que a resiliência a este tipo de estresse está associada à diminuição gênica e proteica da nNOS no HC e no CPF e ao aumento dos níveis séricos dos NOx. Além disso, as alterações moleculares no ED estariam sugerindo um papel para essa área na resposta do organismo frente ao estresse social.