Epidemiologia do câncer de pâncreas na América Latina e no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silva, Diego Rodrigues Mendonça e
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6141/tde-28022024-162316/
Resumo: Introdução: O câncer de pâncreas é um tumor de alta letalidade, é o décimo segundo tipo mais comum e a sétima causa de morte, em ambos os sexos, no mundo. Estima-se que o câncer de pâncreas terá um aumento contínuo de incidência e mortalidade nos próximos 20 anos e isso causará um enorme ônus econômico para as populações em todo o mundo. Para o monitoramento e vigilância epidemiológica em câncer, pode-se apoiar em dados secundários como no Sistema de Informação em Mortalidade e dos registros de câncer (de base populacional e hospitalares) e estimativas a partir destes dados; por essa razão, investigou-se a epidemiologia do câncer de pâncreas na América Latina e no Brasil. Métodos: A tese compreende três manuscritos: (i) tendências de incidência, mortalidade e anos de vida ajustados por incapacidade (DALYs), bem como a fração de mortes por câncer de pâncreas atribuíveis a fatores de risco comportamentais e metabólicos em países da América Latina e Caribe (LAC) entre 1990 e 2019 (Global Burden Disease, 2019); (ii) mortalidade por câncer de pâncreas no Brasil e unidades da federação entre 1979 e 2019, dados do Sistema de Informação em Mortalidade (SIM); (iii) comparabilidade, validade, completude e pontualidade para cinco tumores gastrointestinais, câncer de esôfago, estômago, colorretal, fígado e pâncreas, em Registros de Câncer de Base Populacional (RCBPs) brasileiros. Resultados: Observou-se um aumento na incidência, mortalidade e DALYs para o câncer de pâncreas em ambos os sexos na maioria dos países da América Latina e Caribe; as maiores taxas de incidência e mortalidade foram observadas no Uruguai e as menores no Haiti. Redução na fração de mortes atribuíveis ao tabagismo entre 1990 e 2019, para ambos os sexos nos países da LAC; entretanto, aumento dentre os fatores metabólicos. No Brasil, entre 1979 e 2019, foram notificados um total de 209.425 óbitos por câncer de pâncreas, com tendência de aumento de 1,5% ao ano em homens e 1,9% em mulheres. Houve tendência de aumento da mortalidade na maioria dos estados brasileiros, com maiores tendências nas regiões Norte e Nordeste, e correlação positiva entre o índice de desenvolvimento humano e a tendência de aumento da mortalidade por câncer de pâncreas. Dentre os dezesseis RCBPs brasileiros estudados, todos atenderam aos critérios de comparabilidade, porém metade apresentou índices abaixo do esperado para validade e completude para tumores de fígado e pâncreas. Para pontualidade, os dezesseis registros apresentaram mais de 48 meses de atraso na divulgação dos dados em relação ao ano calendário de 2023. Considerações finais: O câncer de pâncreas representa um desafio para a saúde pública nos países da América Latina e no Brasil, diante do desafio na redução da incidência e da mortalidade, assim como na vigilância epidemiológica em câncer através dos RCBPs brasileiros que necessitam de suporte para continuidade do monitoramento da incidência do câncer.