Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Ramos, João Kleber Neves |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42137/tde-22092021-152646/
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Resumo: |
Introdução e objetivos: O consumo crônico de dieta hiperlipídica (HFD) provoca obesidade e causa inflamação sistêmica. No intestino grosso, a HFD promove inflamação e, em paralelo, diminui o conteúdo de proteínas de junção de oclusão (claudina 1 e ocludina), tornando o epitélio intestinal mais permeável aos produtos bacterianos, o que pode contribuir com a instalação da inflamação sistêmica. No intestino delgado, local de maior absorção dos componentes da dieta, a HFD promove redução da maioria dos transportadores de nutrientes, o que indica que o excesso de gordura na dieta afeta, também, o intestino delgado. Entretanto, não sabemos se a HFD promove uma inflamação local ou se afeta a expressão das proteínas de oclusão, o que comprometeria a integridade da barreira intestinal. Adicionalmente, os hormônios tireoidianos (HTs), em especial o T3, exercem efeitos de supressão da inflamação, o que pode contribuir para a integridade da barreira. Sendo assim, o nosso interesse é avaliar a expressão das proteínas de junção no intestino delgado de animais eu, hipo e hipertireoideos alimentados com HFD. Material e métodos: Para este estudo, utilizamos camundongos machos adultos da cepa C57BL-6 que, a partir dos dois meses de idade, foram distribuídos em dois grupos experimentais: alimentados com dieta padrão (LFD) ou com dieta hiperlipídica (HFD). No final de 12 semanas, momento em que os animais estavam obesos, os animais receberam salina, T3 ou PTU por via subcutânea durante 30 dias consecutivos. No final do tratamento, os animais foram submetidos à eutanásia, o intestino removido e o epitélio separado da mucosa para análise da expressão gênica (mRNA) e do conteúdo proteico das proteínas de junção, por PCR em tempo real e western blotting, respectivamente. Resultados: Considerando a diversidade de proteínas de junção no epitélio do intestino delgado, optamos por avaliar a expressão gênica dessas proteínas apenas nos grupos dieta padrão e HFD para, a partir daí, avaliar o conteúdo proteico apenas para aquelas cujo mRNA foi alterado pela HFD. Nesse caso, foram avaliados os seguintes mRNAs: ZO-1, ZO-2, ZO-3, JAM-1, JAM-2, JAM-4, claudina 3, claudina 7, claudina 12, claudina 15 e ocludina (todos expressos no intestino delgado). Observamos que na condição de ingestão de HFD houve uma redução dos mRNAs de ZO-2 (p = 0,06), claudina 12 (p = 0,07) e ocludina (p = 0,05), com valor de p próximo do considerado estatístico. Com base nesses achados, realizamos a análise de western blotting para ZO-2, claudina 12 e ocludina nos animais alimentados com dieta padrão e HFD tratados com salina, T3 e PTU. Observamos aumento do conteúdo da ocludina e da ZO-2 (apesar da redução do mRNA) nos animais alimentados com HFD, sem alteração do conteúdo proteico da claudina 12. O hipotireoidismo e o hipertireoidismo não afetaram o conteúdo das proteínas. O hipertireoidismo foi confirmado por redução do mRNA do Tshb, aumento da ingestão alimentar, hipertrofia cardíaca e redução da gordura perigonadal. Já o hipotireoidismo foi confirmado pelo aumento da expressão do gene do Tshb. Conclusão: Apesar do conteúdo reduzido do mRNA da ZO-2 e da ocludina, observamos aumento dessas duas proteínas no intestino delgado, possivelmente, por uma maior recrutamento desses mRNA para a síntese proteica. Dado a importância dessas proteínas para a adesão célula célula, os nossos resultados sugerem que há uma possível diminuição da permeabilidade intestinal frente à ingestão de HFD, tornando o epitélio do intestino delgado menos frouxo. |