Estimação dos componentes da variância e do coeficiente de determinação genotípica da produção de grãos de café (Coffea arabica L.)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1981
Autor(a) principal: Sera, Tumoru
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11137/tde-20220208-045248/
Resumo: Procurou-se estimar os componentes da variância e um coeficiente comparável ao de herdabilidade do caráter produção do cafeeiro, cultura perene, que, nas condições brasileiras, apresenta oscilação bienal de produção. Utilizaram-se os dados de produção obtidos de 1954 a 1959, de um ensaio constituído de 100 progênies de vários cultivares de C. arabica L., instalado em Campinas, pelo Instituto Agronômico de São Paulo. Agruparam-se os dados de produção em anos, biênios e triênios de colheitas e foram analisados em diferentes agrupamentos como parcelas subdivididas no tempo. Efetuaram-se as análises bienal e trienal a partir do desdobramento da análise anual. Visando simplificar a metodologia, estudaram-se as análises como parcelas subdivididas no tempo, baseadas na média bienal e trienal das parcelas. Estimaram-se os componentes da variância para os vários tipos de análise. Os coeficientes de determinação genotípica (bp) semelhantes à herdabilidade, foram estimados para as análises anual e bienal e trienal simplificadas. Através do coeficiente bp, procurou-se avaliar a variabilidade genética remanescente nos cultivares e o número de colheitas necessário para julgar o valor das progênies. Pelos resultados obtidos pode-se chegar às seguintes conclusões: 1 - A análise de variância, como parcelas subdivididas no tempo, é adequada para estimar os componentes da variância da produção de grãos em café, cultura perene em que sucessivas colheitas anuais são obtidas de uma mesma planta; 2 - Nas condições de cultivo do Brasil, em que ocorre a oscilação bienal da produção de grãos do cafeeiro, evidenciou-se que os dados devem ser agrupados por biênios de colheitas. Isso diminui a variância devida às colheitas e, em consequência, também diminui a variância devida a interação entre progênies e colheitas. Por outro lado, esse agrupamento libera mais variação genética entre as progênies ensaiadas; 3 - A análise simplificada, baseada na média bienal das parcelas, mostrou ser mais vantajosa por ser igualmente precisa e muito mais simples. Essa análise, além disso, permite estimar parâmetros de interesse do melhorista, como componentes da variância e o coeficiente de herdabilidade ou de determinação genotípica do caráter; 4 - Os coeficientes de determinação genotípica (bp) entre as médias das progênies, indicaram que a análise simplificada bienal libera maior variância genética (60,4%) do que a análise anual. Por sua vez, a análise simplificada trienal acusou menor variância genética (-21,7%) do que a análise anual; 5 - Pela aplicação do coeficiente bp para mensurar a variabilidade existente entre as progênies dos cultivares, obtiveram-se resultados que confirmaram a variabilidade esperada pela respectiva origem e natureza dos cultivares; 6 - Através do coeficiente bp foi possível classificar os cultivares quanto à variação genética disponível entre progênies, destacando-se como o mais variável o cultivar Bourbon Vermelho e, vindo em seguida, Bourbon Amarelo, Caturra, Mundo Novo e Arábica, esse último sem variação genética detectável; 7 - Através da análise simplificada bienal, o melhorista pode, criteriosamente, decidir sobre quantos biênios deve basear o julgamento do valor das progênies, antes de selecionar. No presente caso, três biênios de colheitas foi o número julgado mais conveniente para todas as progênies de todos os cultivares, sendo considerado um número médio. Portanto, para os cultivares com menor variabilidade genética seriam necessários mais biênios e para os cultivares com maior variabilidade genética, menos biênios.