Uso combinado de ionóforo e virginiamicina em novilhos Nelore confinados com dietas de alto concentrado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Nunez, Amoracyr José Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-13102008-104631/
Resumo: Dietas com alto teor de amido podem causar distúrbios metabólicos como acidose ruminal e abscessos hepáticos em bovinos. No entanto, o mais comum é observar desempenhos inconsistentes, particularmente em zebuínos. Aditivos como ionóforos e virginiamicina isoladamente foram bastante estudados e os resultados são consistentes em demonstrar melhora no desempenho e alteração da fermentação ruminal com redução de distúrbios metabólicos. A virginiamicina também apresenta melhora no desempenho em monogástricos. Estudos recentes sugerem que a virginiamicina apresenta efeito aditivo ao do ionóforo. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos da combinação de virginiamicina e ionóforo sobre o desempenho, características de carcaça, amido e pH fecais e incidência de abscessos hepáticos em bovinos Nelore alimentados com dietas de alto concentrado. 72 novilhos Nelore, castrados, com peso inicial de 278,9 kg, foram confinados em baias individuais por 61 dias após 15 dias de adaptação, recebendo dietas com dois níveis de concentrado (73 e 91%) e dois níveis de virginiamicina (0 e 15 mg/kg MS) em um esquema fatorial 2x2. Todas as dietas continham salinomicina (13 mg/kg MS). O consumo de matéria seca foi maior (P<0,01) para o tratamento com 91% de concentrado, tanto em kg/dia (8,96 vs. 7,79) como em porcentagem de peso vivo (2,07 vs. 1,83), assim como o consumo de energia metabolizável (26,20 vs. 19,86 Mcal/dia; P<0,01) e o ganho de peso (1,79 vs. 1,43 kg/dia; P<0,01). A eficiência alimentar apresentou tendência de aumento para o tratamento com mais concentrado (202,67 vs. 185,91 g/kg; P=0,08), no entanto, não houve diferença para eficiência de utilização de energia metabolizável (P=0,29), e teores de energia líquida para mantença (P=0,38) e ganho (P=0,38) das dietas. O consumo de matéria seca foi menor para o tratamento com virginiamicina, tanto em kg/dia (7,98 vs. 8,76; P<0,01) como em porcentagem de peso vivo (1,88 vs. 2,01; P=0,01), assim como o consumo de energia metabolizável (21,97 vs. 24,09 Mcal/dia; P<0,01). No entanto, o ganho de peso diário não diferiu entre os tratamentos (P=0,66). Os animais tratados com virginiamicina apresentaram maior eficiência alimentar (206,00 vs. 182,58 g/kg; P=0,02), maior eficiência de utilização da energia metabolizável (75,05 vs. 67,47 g/Mcal; P<0,05), maior teor de energia líquida para mantença (2,25 vs. 2,08 Mcal/kg MS; P=0,01) e para ganho (1,56 vs. 1,41 Mcal/kg MS; P=0,01). Animais tratados com mais concentrado apresentaram maior rendimento de carcaça (55,3 vs. 54,4%; P=0,02) e maior peso de gordura perirrenal e pélvica (8,06 vs. 7,15 kg; P=0,04). A inclusão de virginiamicina não afetou as características de carcaça. Não foram observados abscessos no fígado de nenhum dos animais. O teor de amido fecal foi maior (P<0,01) para o tratamento com 91% de concentrado (19,27 vs. 13,95%), mas não diferiu (P=0,40) em função dos níveis de virginiamicina. O uso combinado de ionóforo e virginiamicina melhorou a eficiência do uso de dietas de alto concentrado e alto amido para bovinos Nelore.