Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Veneziani, Yuri |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8135/tde-25112019-162139/
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Resumo: |
O aumento da frequência de inundações nos últimos 50 anos e o agravamento de seus impactos revelam que aspectos de tendências espaço-temporais destes fenômenos devem ser analisados. Diferentes ciências se dedicam a compreendê-los e a propor instrumentos de redução e mitigação de impactos. A geomorfologia, por meio do conceito de evento geomorfológico e da cartografia geomorfológica detalhada, permite interpretar as tendências espaço-temporais das inundações e definir graus de suscetibilidade, enfatizando sua espacialidade. A paleohidrologia focaliza dados hidrológicos, morfosedimentares e históricos como proxies para reconstituição de paleovazões, visando incorporá-las a relações de intensidade-frequência, enfatizando atributo temporal. Os estudos de caso de paleohidrologia abrangeram, preferencialmente, rios encaixados em ambientais semiáridos, sendo necessário aplicar sua metodologia em planícies do meio tropical úmido, bem como avaliar colaborações potenciais entre campos do conhecimento para avançar no entendimento das inundações. Este estudo objetivou explicar as tendências espaço-temporais deste fenômeno em um setor de planície fluvial meândrica típica do meio tropical úmido (terço inferior do Ribeira de Iguape), sob perspectivas analíticas múltiplas (geomorfologia e hidrologia de paleoinundações) e por associações entre resultados de cada análise, enfatizando investigação de parâmetros e técnicas de maior eficácia para identificação de tendências das inundações Holocênicas. A pesquisa geomorfológica se baseou no mapeamento geomorfológico detalhado do sistema fluvial; enquanto a investigação paleohidrológica se estruturou nas análises hidrológica (dados fluviométricos instrumentais), hidráulica (modelagem hidrodinâmica) e de hidrologia de paleoinundações. O mapeamento geomorfológico indicou que a diversidade morfológica encontrada implica relações hidráulicas espacialmente descontínuas que impossibilitam estabelecimento de valores únicos de cota-vazão para extremos fluviais. Resultado convergente foi obtido por associações em perfis transversais entre cotas de inundação (hidrodinamicamente simulados) e compartimentos. Elas demonstraram que submersão total da planície ocorre em ordens de vazão distintas entre quatro seções distribuídas de montante a jusante com 2115, 1340, 3026 e 3195m3/s, corroborando para inexistência de associação diretas entre vazões e compartimentos geomorfológicos. Materiais superficiais indicaram estrutura sedimentar homogênea nos pacotes de retaguardas de planícies, e laminar a ondulada nos depósitos mais próximos ao canal, evidenciando capacidade de dissipação de energia na entrada de cunhas remontantes de inundação. Os pacotes mais promissores à análise de paleofluxos foram os obtidos em paleomeandros. Utilização de proxies geoquímicos em testemunhos sondados para identificar variação textural demonstrou correlações significativas (>0.7) entre Zr/Rb e Si/Al e as razões entre areia médias a finas sobre argila e siltes, mas apenas para alguns sistemas deposicionais. Levados a cabo, os proxies geoquímicos texturais promissores, combinados aos resultados da modelagem hidráulica, viabilizaram reconstituição de paleoinundações do Holoceno, incorporadas às relações de intensidade-frequência dos dados instrumentais. Isto redimensionou tendências temporais das inundações, resultado que pode ser incorporado à análise geomorfológica. As aproximações multidisciplinares habilitaram consistente entendimento das tendências espaço-temporais de inundações ao corroborar determinados resultados, ressaltar limites de análises de cada metodologia e indicar como elas podem contribuir diretamente entre si. |