Mexer com peixe, cansar a água: fabulações a partir de uma etnografia multiespécies nas Terras Altas da Mantiqueira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Visconti, Rafael Ribeiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/31/31131/tde-11012024-152730/
Resumo: Por que, com a criação intensiva de truta arco-íris, os locais poluem a região que tanto admiram? Para desenvolver esta pesquisa realizei uma pesquisa bibliográfica e uma etnografia multiespécies sobre/com uma família local que reside na zona rural de Itamonte (MG), Terras Altas da Mantiqueira, procurando investigar as redes de sociabilidades interespecíficas desses sujeitos, com ênfase nas relações entre os humanos e as trutas. Em suma, aqui busco oferecer uma abordagem sobre a poluição das águas a partir das categorias dos meus interlocutores e interlocutoras. Essa questão norteia minha etnografia, mas pelos caminhos também me dedico a descrever as relações dos meus interlocutores com outros bichos e plantas com os quais convivemos e os entrelaçamentos e conflitos das diversas ideias de natureza que coabitam essas montanhas, além de buscar trazer os pontos de vistas de seres mais-que-humanos para narrar essa história. Com cada vez mais trutários sendo criados em Itamonte (MG) desde a década de 1990, vem surgindo um fragmento do Antropoceno/Plantationceno nesta região que é em grande parte abrangida por unidades de conservação de proteção integral que tornam ilegais as práticas de manejo da paisagem das comunidades locais. Como se torna evidente ao longo do texto, os conceitos da biologia e da legislação brasileira para as categorias nativo/exótico, poluição e espécies invasoras não dialogam com os conceitos nativos.