Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Dhiene Santana Araújo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100141/tde-02062021-092603/
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Resumo: |
O envelhecimento da população pode vir acompanhado de alterações no estado de saúde dos indivíduos, o que muitas vezes, repercute na necessidade da presença de cuidados formais para suprir a incapacidade funcional ou cognitiva principalmente, no fim de vida. Os cuidadores formais, geralmente são os profissionais que estão mais próximos ao idoso e, que por consequência mantém um contato maior com a condição de vulnerabilidade vivenciada na velhice e no processo de fim da vida. Assim, esse estudo teve como objetivo principal: compreender a experiência de cuidado vivenciada e narrada por cuidadores formais de idosos em fim de vida; e objetivos específicos: identificar a maneira pela qual o ato de cuidar torna-se uma profissão para cada participante e investigar os sentimentos e emoções dos cuidadores perante o exercício de suas funções. Esta pesquisa qualitativa foi realizada com seis cuidadores formais de idosos que trabalhavam na cidade de São Paulo, Brasil. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas individuais. A questão norteadora foi: Conte-me sobre sua experiência como cuidador de idosos em fim de vida, considerando sua entrada nesta profissão até os dias atuais. O conteúdo das entrevistas, depois de transcrito, foi submetido à Análise Psicanalítica de Discurso na perspectiva Lacaniana. Os discursos foram classificados em quatro categorias: Tornando-me cuidador, esta categoria evidencia a escolha profissional e a relação de cada cuidador com a profissão; O emocional do cuidador, esta categoria revela que na avaliação dos entrevistados haveria uma personalidade apropriada para que uma pessoa seja cuidadora; Meu paciente está morrendo, esta categoria apresenta a relação dos cuidadores com os idosos em fim de vida; Sou e não sou da família, esta categoria demarca certa ambiguidade no relacionamento entre o cuidador, o idoso e sua família, em que ora o profissional sente-se pertencente à família e ora sente-se apenas um funcionário. O discurso dos entrevistados permite supor o não reconhecimento social desta profissão, ou seja, o cuidador de idosos ocupa um lugar marginal tanto na relação de cuidados quanto no olhar da sociedade. A exemplo disso está o processo de regulamentação profissional que ainda não avançou o suficiente para delimitar funções, direitos e deveres do cuidador. Ser velho não tem valor numa sociedade capitalista e quem dele cuida também ocupa lugar de desvalia. Diante deste contexto de trabalho pouco previsível, cada cuidador, à sua maneira, elabora formas de preservar sua saúde mental e barganhar suas condições de trabalho. O cuidado com o idoso aparenta ser uma escolha conectada com questões subjetivas relacionadas a contextos de cuidados primordiais que se reeditam na nova relação de cuidados, que também é trabalhista. O embaraço encontrado nesta relação de trabalho que mobiliza afetos íntimos pode ser fonte de sofrimento para o idoso, para a família e para o cuidador. Em virtude disso, este estudo aponta como principal desfecho a necessidade de incluir aspectos psicológicos na formação do cuidador, referentes ao trato com as emoções vindas do idoso, mas também quanto às ressonâncias subjetivas deste cuidado na existência do cuidador |