Pesquisa e caracterização molecular de poxvírus em psitacídeos nativos e exóticos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Nascimento, Yohhane Tracy Hofmann
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10133/tde-20062024-155702/
Resumo: A poxvirose é causada por um vírus DNA de fita dupla, pertencente ao gênero Avipoxvirus, família Poxviridae. É considerada de ocorrência comum em aves comerciais, domésticas e silvestres, afetando aves de todas as idades, sexo e espécies. A doença é caracterizada pela formação de lesões proliferativas discretas nas áreas aptéricas da pele e/ou lesões proliferativas nas membranas mucosas dos tratos respiratório e digestório superiores. Deste modo, o objetivo deste estudo foi avaliar retrospectivamente (2015-2021) a prevalência e características epidemiológicas do poxvírus em Psittaciformes nativos e exóticos cativos no estado de São Paulo. Foram selecionadas amostras de swabs de orofaringe e/ou cloaca, fezes, sangue, tecidos e/ou swab de lesão palpebral provenientes do banco de amostras do Laboratório de Ecopatologia de Aves, FMVZ-USP. As amostras foram submetidas à reação em cadeia da polimerase (PCR) baseada na sequência do gene que codifica a proteína de núcleo P4b, seguidas por sequenciamento e análise filogenética. No total, foram analisadas 300 aves, representadas por 339 amostras, sendo 54,3% (163/300) psitacídeos nativos de 27 espécies e 45,7% (137/300) psitacídeos exóticos de 19 espécies. Quanto a origem, 68,7% (112/163) das aves nativas amostradas eram provenientes de criatórios, 19% (31/163) de centros de reabilitação e 12,3% (20/163) eram domiciliadas. Por outro lado, entre as aves exóticas, 81% (111/137) eram de criatórios, 9,5% (13/137) de centros de reabilitação e 9,5% (13/137) domiciliadas. Dos 163 psitacídeos nativos, um Amazona aestiva foi positivo (0,6%) para o poxvírus pela PCR. Entre os 137 psitacídeos exóticos, dois (1,5%) indivíduos foram positivos, um Platycercus eximius e um Barnardius barnadis. A análise filogenética das três sequências obtidas revelou que duas aves do mesmo criatório agruparam com sequencias de psittacinepox (clado C) disponíveis no GenBank. O criatório de origem destas duas aves teve histórico de casos sugestivos de poxvirose. A sequência da outra ave exótica agrupou com sequências do clado A (fowlpox), clado este onde se agrupam principalmente os poxvírus de galinhas, perus e pombos. Esta sequência apresentou 100% de identidade com sequências de pombos. Os resultados demonstram a circulação dos clados A e C de Avipoxvirus em Psittaciformes no Brasil, ressaltando a importância de uma vigilância epidemiológica nos criatórios e mantenedores de psitacídeos para avaliação da diversidade viral e risco da presença deste vírus para as populações ex situ e in situ.