Tramas da tecnologia: etnoarqueologia da variabilidade dos trançados dos povos do Mapuera

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Rodrigues, Igor Morais Mariano
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/71/71131/tde-27032023-130913/
Resumo: Trançados são amplamente presentes e persistentes na vida de diversos povos ameríndios, proporcionando excelentes oportunidades para estudos sobre variabilidade artefatual. Entretanto, assim como as demais tecnologias perecíveis, os trançados são pouco estudados pela arqueologia e etnoarqueologia. O presente estudo etnoarqueológico, portanto, proporciona visibilidade e contribui para a produção de conhecimento sobre esse conjunto artefatual, tendo como foco os trançados dos povos do rio Mapuera, também conhecidos como Wai Wai, situados no noroeste do estado do Pará. A tese argumenta que a tecnologia dos trançados é composta por tramas sociais de conhecimentos humanos de vários povos (yana), cuja excelência produtiva requer negociar com (e absorver saberes de) outros seres e mundos, integrando aspectos pragmáticos, simbólicos, cosmológicos, ontológicos e históricos. Para isso, a pesquisa abordou: as técnicas de manufatura, incluindo a fabricação de pessoas artesãs habilidosas e interações com diferentes seres; os significados culturais que permeiam a produção e o uso dos trançados; critérios nativos de diferenciação e classificação desses artefatos; a formação das coleções etnográficas e suas possibilidades de uso enquanto documentos históricos; a variabilidade artefatual ao longo de um século, apontando continuidades e mudanças tecnológicas, e as principais razões disso. Ademais, apresenta-se reflexões sobre alguns conceitos arqueológicos, antropológicos e indígenas relacionados à materialidade, tecnologia e variabilidade artefatual. Diferentes escalas de análise de ensinoaprendizagem dos trançados são exploradas. Por fim, com um estudo comparativo de três classes de trançados feitos por diferentes povos falantes de língua Karib das guianas, apresentase um modelo para pensar como ideias, fluxos de conhecimentos e técnicas circulam por essa região, contribuindo assim para o debate em torno da padronização da cultura material e fronteiras identitárias em Arqueologia.