Sistema pedológico Latossolo-Argissolo e seu comportamento físico-hídrico em Mamborê, PR

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2000
Autor(a) principal: Zago, Ari
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8135/tde-18092023-120806/
Resumo: Este trabalho foi desenvolvido na região NW, do Paraná, na vertente esquerda do Córrego do Pensamento microbacia representativa da região, tanto em termos de solos, como de histórico de uso. Os manejos inadequados, que promoveram a perda de fertilidade e a consequente erosão, estavam ligados às práticas conservacionistas tradicionais, que não levaram em conta a sucessão lateral de LATOSSOLOS para ARGISSOLOS. Esta pesquisa partiu de um estudo em toposseqüência, em que o \"continuum\" da cobertura pedológica foi observado, seguido do estudo macro e micromorfológico de dois perfis (LATOSSOLO-ARGISSOLO) e foi acompanhado de análises rotineiras de laboratório, bem como em campo (tensiometria e infiltrometria), onde a instalação dos equipamentos foi feita, em função da referida sucessão lateral, em cinco estações. Os resultados físicos, os físico-hídricos de laboratório e as observações de campo permitiram constatar que ocorreu e, ainda ocorre, uma transformação pedológica lateral de jusante à montante, no desenvolvimento do ARGISSOLO, adentrando, já, na meia encosta, às expensas dos LATOSSOLOS. As caracterizações micromorfológicas demonstraram desenvolvimento de macro estrutura fraca a moderada e, também, uma microestrutura enáulica, no LATOSSOLO, com porosidade de empilhamento simples e comunicante. Isso favorece a infiltração de água e escoamento lateral, que promoveram a remoção superficial e o transporte de materiais finos, em suspensão e solução, sobretudo o de argila, o de ferro e o de matéria orgânica, dando origem, na vertente, aos horizontes E - superficiais arenosos com uma macroestrutura fraca, granular, ou em blocos e com uma microestrutura mônica a quito-gefúrica, por concentração residual de areia - e a formação de horizontes Bt texturais - em subsuperfície com mais argila, porque ainda não a perderam , nem por iluviação -, ligados a outros processos, possivelmente, um adensamento resultante de umectação/ dessecação, o que promoveu a formação de macroestrutura em blocos, e microestruturas porfiricas, com porosidade físsural e cavitária. Constatou-se fluxos hídricos verticais, nos LATOSSOLOS e, a ocorrência de uma camada compactada, ou endurecida, logo após a superfície. Esses fatos confirmam a hipótese inicial. Da meia encosta à jusante, nos ARGISSOLOS, predominaram fluxos hídricos laterais, como conseqüência das mudanças texturais e estruturais. Esses fluxos redistribuíram as águas, ao longo da vertente e propiciaram um lençol suspenso temporário, no ARGISSSOLO, entre os horizontes E e Bt, durante a estação chuvosa. A determinação da macroporosidade, para solos arenosos, variou, numa tensão equivalente, entre 25 a 50 cm de altura de água. Os resultados sugerem que, para esses solos, 40 cm seja a altura ideal. Em síntese, pode-se dizer que os dados obtidos revelaram que a morfologia, diferenciada vertical e lateral, da maior parte do Sistema Pedológico, com comportamento físico-hídrico diferenciado, necessita de manejo apropriado. Esse manejo não pode estar associado a práticas uniformes, para toda a vertente, pois há necessidade de controlar os fluxos laterais subsuperficiais. Deve-se salientar que, para retirar a água em subsuperfície, necessita-se de obra de engenharia, onerosa e fora do alcance dos pequenos produtores. Para tanto, sugere-se que, através de projetos em microbacias hidrográficas, esses aspectos sejam resolvidos com tecnologia mais acessível. O maior problema, atualmente, tem sido que os agricultores, da região, estão dando o mesmo uso para a terra, sem considerar o comportamento morfológico e o comportamento hídrico global, sobretudo lateral das vertentes. Assim, recomenda-se um plano de uso e manejo, para a terra, com previsão de rotação de culturas e pousio, pelo menos de 8 anos, para aquelas áreas com culturas anuais. Recomenda-se subdividir as áreas que serão pastoreadas e manter áreas de risco - àquelas onde os animais permanecem nos períodos adversos ao pastoreio -, ou seja, nos períodos de umidade, de frios, de secas, etc,. O homem, em particular os agricultores, tem que conhecer melhor o seu solo, para depois utilizá-lo, sem causar problemas ao ecossistema e manter as terras produtivas para as futuras gerações.