Amadurecimento do mamão 'Golden': ponto de colheita, bloqueio da ação do etileno e armazenamento refrigerado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Bron, Ilana Urbano
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11136/tde-07072006-161639/
Resumo: O presente trabalho objetivou estudar como o ponto de colheita, o bloqueio da ação do etileno e o armazenamento refrigerado interferem no amadurecimento e na qualidade do mamão ‘Golden’. No primeiro experimento, foram colhidos mamões ‘Golden’ em 4 estádios de maturação (Estádio 0: totalmente verde; Estádio 1: até 15% da casca amarela; Estádio 2: 16-25% da casca amarela; Estádio 3: 26-50% da casca amarela) e analisados, durante o amadurecimento a 23ºC, quanto às características físicas e químicas (cor da casca, firmeza da polpa, sólidos solúveis, acidez titulável e ácido ascórbico), fisiológicas (respiração e produção de etileno) e sensoriais (sabor, odor, firmeza e aparência). A partir do 2º dia de armazenamento a 23ºC, os frutos apresentaram respiração constante ao redor de 31 mL CO2 kg-1 h-1 para os estádios 0, 1 e 2 e de 37 mL CO2 kg-1 h-1 para o estádio 3. Não foi observado típico comportamento climatérico para nenhum dos estádios. Somente frutos colhidos nos estádios 0 e 1 apresentaram pico na produção de etileno de 2,1 µL C2H4 kg-1 h-1 aos 7 dias e 1,3 µL C2H4 kg-1 h-1 aos 6 dias de armazenamento a 23ºC, respectivamente. Frutos colhidos nos estádios 2 e 3 tiveram notas superiores na avaliação sensorial, principalmente quanto ao sabor e aparência. Frutos de todos os estádios de maturação receberam notas iguais ou superiores a regular. A colheita em diferentes estádios de maturação alterou a fisiologia pós-colheita dos frutos, sendo que quando efetuada em estádios menos avançados, diminuiu a qualidade do fruto, mas não impossibilitou seu consumo. No segundo experimento foram utilizados mamões colhidos no estádio 1 de maturação. Metade dos frutos tratados e não tratados com 100 nL L-1 de 1-metilciclopropeno (1-MCP) foi mantida a 23ºC, sendo que a outra metade permaneceu por 20 dias a 11ºC, antes da transferência para 23ºC. Durante o amadurecimento, os frutos foram analisados quanto às mesmas características físicas, químicas e fisiológicas realizadas no primeiro experimento, além da atividade da enzima pectinametilesterase (PME). Frutos que receberam aplicação de 1-MCP e não foram refrigerados, tiveram redução na respiração, produção de etileno, desenvolvimento da cor da casca e atividade da PME, mantendo a firmeza alta durante o armazenamento a 23ºC. Mesmo com o aumento gradual da produção do etileno a 23ºC, frutos tratados com 1-MCP mantiveram a firmeza alta, mas, apresentaram perda da coloração verde. O armazenamento refrigerado prejudicou a produção do etileno nos frutos não tratados e tratados com 1-MCP quando os mesmos foram transferidos para 23ºC. Mesmo assim, a firmeza nesses frutos decresceu, sendo essa diminuição sempre menor nos frutos tratados com 1-MCP. Esses resultados nos levam a considerar que o amolecimento da polpa é mais dependente do etileno quando comparado ao desenvolvimento da cor da casca, e que existem processos independentes do etileno responsáveis pela perda de firmeza. A inibição prolongada do etileno, ou a inibição dos sítios receptores nos frutos colhidos em estádio de maturação precoce, reflete em lenta capacidade de recuperação da ação e produção do etileno, fazendo com que o uso de bloqueadores da ação do etileno nesses frutos deva ser feito com cautela.