As representações da imigração japonesa: a história dos imigrantes nos mangás

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Cunha, Fernando Cesar Pereira da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8157/tde-21052025-164426/
Resumo: O presente trabalho examina a representação da imigração japonesa no Brasil em dois mangás: O Vento do Oriente: Uma viagem através da imigração japonesa no Brasil (2008), de André Uesato, Renata Corrêa, Martha Werneck e Lícius Bossolan e Banzai! História da imigração japonesa no Brasil em mangá (2008), de Francisco Noriyuki Sato. Publicadas durante o centenário da imigração japonesa, essas obras surgem como produtos culturais voltados para a preservação da memória e da identidade. A pesquisa busca compreender como a trajetória dos imigrantes japoneses é representada em cada mangá e analisa a relevância dessa mídia como recurso educativo e histórico. Primeiramente, o estudo contextualiza a história da imigração japonesa e do desenvolvimento do mangá no Japão e no Brasil, mostrando como o quadrinho pode funcionar tanto como meio de entretenimento quanto de difusão do conhecimento. Em seguida, a análise comparativa destaca que Banzai! adota um estilo cronológico e detalhado, remetendo a uma abordagem mais documental, enquanto O Vento do Oriente, produzida sob encomenda do IBGE, tem um conceito mais aberto acerca do tema em questão. Ambas as obras, contudo, apresentam uma \"memória cristalizada\" da imigração japonesa, enfatizando a versão oficial dos acontecimentos e oferecendo uma visão celebrativa da história. Esse enfoque, possivelmente influenciado pelo caráter comemorativo das produções e pelas instituições que as financiaram, limita a diversidade de perspectivas sobre a experiência dos imigrantes, uma vez que exclui a pluralidade de histórias individuais. O estudo conclui que o mangá, embora efetivo na transmissão histórica, poderia ser explorado de maneira a incluir múltiplas narrativas, oferecendo uma compreensão mais complexa e abrangente da experiência japonesa no Brasil. Assim, destaca-se o potencial do mangá como ferramenta de memória coletiva, embora ainda marcado por abordagens que refletem narrativas hegemônicas