A violência como paisagem: uma leitura do Quadros da Natureza de Alexander von Humboldt

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Lopes, Francisco Bahia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-10032016-143116/
Resumo: Em 1799, enquanto a Europa sacudia com as guerras napoleônicas, o naturalista prussiano Alexander von Humboldt e o botânico francês Aimé Bonpland embarcavam rumo à América do Sul para realizar uma expedição científica. Oficialmente, era a primeira vez que cientistas viajavam ao mundo colonial espanhol sem escolta militar. Durante a viagem, uma peste atinge a tripulação obrigando Humboldt a desembarcar em Cumaná, na Tierra Firme, área marginalizada pela colonização espanhola. Humboldt permaneceria na área (hoje território colombiano e venezuelano) até 1801; este trecho da viagem seria seu principal objeto de representação quando, em 1808, já de volta ao mundo metropolitano, publica o Quadros da Natureza. No prefácio, Humboldt dizia que a obra tinha a intenção de evocar, através da descrição paisagística, aquilo que vivenciou no mundo colonial; neste procedimento, porém, pintava a colônia como espetáculo natural regido pela harmonia do mundo; com o Quadros da Natureza, Humboldt aniquilava, na paisagem descrita, aquilo que unia a colônia à metrópole: a mais brutal violência.