Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1996 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Mirian Cruxen Barros de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44135/tde-09122015-112955/
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Resumo: |
Este trabalho, de carácter multidisciplinar, procura efetuar a necessária integração entre Geologia e Engenharia através da caracterização tecnológica do minério da Mina de Cana Brava na sua forma bruta até o produto comercial (fibra beneficiada). A mina de Cana Brava, da S.A. Mineração de Amianto (SAMA), localiza-se no maciço de mesmo nome, no município de Minaçu (GO), responde por quase todo o amianto produzido no pais. A mineralização relaciona-se com serpentinitos associados a rochas metabásicas e metaultrabásicas do Maçico de Cana Brava. Estes serpentinitos são oriundos de hidrotermalismo sobre dunitos ou peridotitos. Cortando os serpentinitos ocorrem veios de crisólita com direções, comprimentos e espessuras muito variadas. A jazida consiste de duas cavas a céu aberto, A e B, nas quais se lavram os corpos de minério. Para efetuar a caracterização global do minério desde a cava até o produto comercial, foram estudados: a rocha in natura, o material com granulometria <0,074 mm procedente da rocha britada e da rocha britada atritada, a fibra de crisotila no seu estado bruto, semi-bruto e beneficiado. Na rocha, os estudos, de caráter inédito, foram petrográficos e tecnológicos; nas fibras, foram mineralógicos e tecnológicos. Nas fibras brutas as propriedades mecânicas foram enfatizadas, por serem estas as mais importantes para a utilização no cimento-amianto. Todos os parâmetros obtidos nos vários ensaios efetuados, nos diversos tipos de materiais, foram correlacionados entre si. Observou-se que os tipos de serpentinito são facilmente distinguidos não só do ponto de vista macroscópico, como nos aspectos petrográfico e físico-mecânico. O serpentinito tipo 1 (SP-1), de cor marrom, é caracterizado pela presença frequente de minerais silicáticos remanescentes do protólito ultramáfico (olivina e piroxênio); os minerais do grupo das serpentinas são geralmente antigorita e/ou lizardita, secundados por crisotila, e os opacos são hematita e magnetita. Estas características petrográficas o tornam mais resistente mecanicamente, principalmente à compressão uniaxial. As fibras beneficiadas procedentes do SP-1 apresentam teores mais elevados de finos (<0,074 mm) e consequentemente, menores valores de índice de comprimento e de resistência à flexão. O serpentinito tipo 2 (SP-2), de cor verde, é caracterizado pela ausência dos minerais originais da rocha-mãe, sendo constituído predominantemente por serpentinas, das quais a crisotila é a mais comum; o mineral opaco principalmente é a magnetita. Como consequência desta mineralogia, o SP-2 é menos resistente à compressão e à abrasão; as fibras beneficiadas dele procedentes exibem menores teores de finos (<0,074 mm), maiores valores de índices de comprimento e de resistência à flexão. O serpentinito tipo 1/2 (SP-1/2) apresenta geralmente características intermediárias entre SP-1 e SP-2. O estudo mineralógico e mecânico das fibras brutas, foi realizado em duas etapas; na 1ª, procurou-se desenvolver um método adequado para medir sua resistência à tração; na 2ª, as fibras foram caracterizadas mineralógica e mecanicamente, revelando excelente qualidade e alta resistência à tração, com valores muito próximos para todas as amostras analisadas, tanto à temperatura ambiente, como após aquecimento a 300°C e a 500°C. Foi efetuado ainda, pela primeira vez, um estudo mineralógico do material com granulometria <0,074 mm, proveniente da rocha britada e da rocha britada atritada, de forma a se conhecer o comportamento de cada mineral frente aos processos de britagem e atrição. Observou-se que o comportamento dos minerais é diferenciado em relação ao tipo de processo mecânico envolvido (abrasão, britagem, atrição) e também em relação ao tipo de serpentinito. O estudo tecnológico das fibras semi-brutas e beneficiadas permitiu sua caracterização e discriminação por tipo de serpentinito. Finalmente, através da interação dos vários estudos setorizados verificou-se que o entendimento das características e propriedades da fibra beneficiada são dependentes, não só da natureza da fibra bruta, como da rocha hospedeira e de como ambas se comportam frente aos processos de desmonte, extração e beneficiamento. |