Morfogênese, dinâmica do perfilhamento e do acúmulo de forragem em pastos de capim-marandu sob lotação contínua.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Sbrissia, André Fischer
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-25052004-143513/
Resumo: É inegável que o Brasil possui condições únicas no que diz respeito à produção animal baseada em pastagens. No entanto, os avanços têm sido homeopáticos e revelam uma inércia muito grande por parte do setor produtivo e uma fragilidade conceitual na interpretação dos resultados obtidos pela pesquisa, de tal forma que o caráter dinâmico e sistêmico de ecossistemas de pastagens devem ser sempre considerados. Dentro desse contexto, o objetivo deste experimento foi estudar aspectos morfogênicos, características de perfilhos individuais e a dinâmica do perfilhamento e do acúmulo de forragem em pastos de capim-Marandu pastejados por bovinos em regime de lotação contínua e taxa de lotação variável. O experimento foi realizado em área do Departamento de Zootecnia da USP/ESALQ, em Piracicaba, SP, entre 21 de novembro de 2001 e 21 de dezembro de 2002. Os tratamentos corresponderam a quatro alturas de dossel (10, 20, 30 e 40 cm), mantidas em steady state, e foram alocados às unidades experimentais conforme um delineamento de blocos completos casualizados, com quatro repetições. Características morfogênicas e de dinâmica do acúmulo de forragem foram avaliados em 30 perfilhos marcados por unidade experimental. Os intervalos entre as avaliações foram de 3 ou 4 dias durante o verão e com um máximo de 10 dias durante o inverno e início da primavera. As características individuais das unidades de desenvolvimento vegetativo foram avaliadas em 60 perfilhos colhidos em locais dos piquetes representativos da condição do dossel no momento da amostragem. As variáveis analisadas incluíram: massa, volume, área foliar média, relação folha: has te e razão área foliar: volume por perfilho. A dinâmica do perfilhamento foi avaliada em anéis de PVC de 30 cm de diâmetro fixados ao solo por grampos de metal. Mensalmente foram avaliadas as taxas de aparecimento, sobrevivência e mortalidade de perfilhos e relações entre elas derivadas. Os maiores valores de filocrono foram observados em pastos mantidos a 40 cm e os menores naqueles mantidos a 10 cm. Além disso, houve um efeito sazonal, onde os maiores valores foram registrados durante o início da primavera e os menores no final da primavera e verão. Pastos mais baixos apresentaram maiores densidades populacionais de perfilhos pequenos e vice-versa, evidenciando o mecanismo de compensação tamanho/densidade populacional de perfilhos. No entanto, análises de estabilidade dos pastos indicaram que a densidade populacional per se não deve ser utilizada como um índice isolado de persistência ou produtividade. Os coeficientes angulares da relação Log x Log entre densidade populacional de perfilhos e massa média por perfilho revelou que praticamente não houve vantagens em se manter os pastos de capim-Marandu acima de 30 cm. Adicionalmente, o acúmulo líquido de forragem foi maximizado entre as alturas de 20-30 cm no período de verão e entre 10-20 cm nos períodos mais frios e secos do ano, indicando que o capim-Marandu possui exigências sazonais de manejo do pastejo.