Efeito da fotobiomodulação nas alterações do paladar em pacientes sob transplante de células hematopoiéticas: estudo clínico randomizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Gomes, Mariana Henriques Ferreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23154/tde-29062022-085149/
Resumo: As alterações do paladar são um dos efeitos colaterais mais comuns observados imediatamente após o transplante de células hematopoiéticas (TCH). A fotobiomodulação (FBM), quando executada com dosimetria apropriada, pode modificar a circulação sanguínea, a transmissão nervosa e as células da mucosa oral, favorecendo redução da inflamação, estimulação de nervos periféricos e ativação celular. O objetivo primário deste trabalho foi verificar o efeito da FBM sobre a acuidade do paladar em pacientes sob TCH; os objetivos secundários foram verificar se a FBM acarreta alterações no aspecto clínico das papilas linguais e se modifica a percepção do paciente quanto ao paladar em geral. Foram selecionados 85 pacientes sob TCH, os quais foram randomicamente divididos em: Grupo Placebo (n=43) pacientes sem FBM, expostos ao equipamento laser, porém com o mesmo desligado; Grupo Intervenção (n=42) pacientes expostos a FBM. A intervenção consistiu em FBM (laser InGaAIP, 660 nm, 0.09 cm2 de área do spot, irradiação por ponto, 8s por ponto, 100 mW, 1.1W/cm2, 8.8J/cm2 por ponto) realizada em borda lateral, base e ápice da língua (4 pontos em cada região) durante todos os dias do TCH, desde o início do condicionamento até a enxertia neutrofílica. Foi realizado teste de acuidade do paladar envolvendo os sabores doce, salgado, azedo e amargo, cada qual com duas soluções, uma menos e outra mais concentrada. Após o paciente experimentar cada solução, foi registrado o sabor e sua intensidade reportados pelo paciente. Na mesma sessão, foi feito exame clínico da mucosa do dorso da língua, observando-se se havia despapilação ou sinal de inflamação nas papilas linguais, bem como foi perguntado a ele como estava a sensação do paladar em geral. Esses testes foram feitos um antes da FBM (no período do condicionamento T0) e dois após o início da intervenção (um executado no paciente em neutropenia T1 e outro após a enxertia neutrofílica T2). Em geral, independentemente da intensidade do sabor, observouse que a intervenção acarretou maior frequência de acertos e menor risco de percepção errônea das soluções amargas, ácidas e salgadas, mas não da solução doce, tanto em T1 quanto em T2. Considerando a intensidade do sabor, em T1, a intervenção provocou redução significativa de ageusia dos sabores doce, amargo e salgado em baixas concentrações, de hipogeusia do amargo em altas concentrações e de disgeusia do azedo em baixas concentrações. Em T2, houve redução significativa da ageusia dos sabores amargo, azedo e salgado em baixas concentrações, de hipogeusia desses mesmos sabores em altas concentrações e de disgeusia do salgado em baixa e alta concentração. No grupo Intervenção, a frequência de hiperemia foi significativamente menor em T2 comparativamente a T1 (p=0.026), porém não houve diferenças em relação ao Placebo. A frequência de despapilação foi significativamente menor no grupo Intervenção comparativamente ao Placebo, tanto em T1 (p=0.001) quanto em T2 (p=0.007). Concluiu-se que a FBM reduziu a frequência de ageusia, hipogeusia e disgeusia nos períodos imediatos após a infusão celular, bem como reduziu a despapilação e melhorou a sensação do paladar em geral nos pacientes sob TCH.