Resumo: |
Erros na estimativa da condutividade hidráulica do solo, K em função do conteúdo de água θ, a partir da curva de retenção podem surgir de duas formas principais: por falhas no modelo matemático ou na descrição da curva de retenção. O estudo de como esses fatores podem interferir na predição da função K(θ) é muito importante, visto que, determinações diretas são trabalhosas, caras e podem levar muito tempo. Neste trabalho, atentou-se principalmente para a segunda fonte de erros, com o objetivo de analisar a influência na função K(θ) estimada pelo modelo Mualem - van Genuchten, devido à altura de amostras indeformadas utilizadas para determinara curva de retenção e à condutividade hidráulica do solo saturado (K0) em laboratório. Para isso, foram utilizadas amostras de três alturas (S1 - 0,075 m; S2 - 0,05 m; S3 - 0,025 m) coletadas nos horizontes diagnósticos de um Latossolo e de um Nitossolo. As curvas de retenção foram determinadas utilizando o funil de placa porosa para as tensões mais baixas (0,5, 1, 4,6 e 10 kPa) e as câmaras de pressão com placa porosa para as tensões mais elevadas (33, 100 e 500 kPa). O K0 foi determinado em laboratório pelo método permeâmetro de carga constante para as amostras estudadas. Para efeito de comparação entre dados preditos e observados, desenvolveu-se em campo o método do perfil instantâneo, como medida direta. A amostra de menor altura (S3) promoveu maior retenção de água na faixa mais úmida da curva de retenção, até 10 kPa, evidenciada no nitossolo devido sua textura mais argilosa e maior desenvolvimento estrutural. O K0 determinado com as amostras S3 em laboratório mostrou-se desvantajoso, devido a maior facilidade de ocorrência de canais contínuos do topo à base da amostra, elevando as médias. Quando o K0 foi utilizado no modelo matemático como uma medida de referência, a funçãoK(θ) não mostrou modificação por causa da altura das amostras. As curvas de K(θ) obtidas a partir da curva de retenção determinada com as amostras S3 apresentaram maior proximidade com os dados medidos em campo. Verficou-se também que no latossolo houve boa concordância dos resultados, possivelmente em razão da sua textura mais arenosa e estrutura mais homogênea. Porém, no Nitossolo, os dados estimados e medidos tiveram concordância fraca, na sua maioria. Concluiu-se, então, que enquanto amostras de menor altura são mais indicadas para determinar a curva de retenção, para determinar K0 recomenda-se utilizar amostras mais altas (S1). Além disso, a curva de retenção determinada com as amostras S3 quando utilizada no modelo para predição de K(θ) resultaram em dados mais próximos dos medidos em campo, significando uma melhoria na estimativa. |
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