Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1999 |
Autor(a) principal: |
Mendes, Kathya Cilene Ferrite Sorbelini |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11142/tde-20220207-212052/
|
Resumo: |
No presente estudo foram usados povoamentos homogêneos de Eucalyptus grandis e Pinus caribaea var. hondurensis, em diferentes estágios de crescimento, bem como fragmentos de florestas naturais de Cerrado e Mata Atlântica. As condições edafoclimáticas e florísticas das áreas escolhidas são representativas das matas nativas e plantações florestais estabelecidos no planalto ocidental paulista. Amostras de solo (0-5 e 5-15 cm) foram incubados por períodos sucessivos de 3, 3, 4, 4, 6 e 10 semanas num total de 30 semanas, sob condições aeróbicas e anaeróbicas, em laboratório. As quantidades acumuladas de N mineralizado, em condições aeróbicas e anaeróbicas, mostrou uma relação exponencial com o tempo de incubação. A equação Nt =No+ b/t ajustou-se melhor aos dados do que a equação proposta por Stanford & Smith ( 1972), Nt = No (1 - e-kt), onde No é o N potencialmente mineralizável, Nt são as quantidades acumuladas de N mineralizado e t é o tempo de mineralização. Esta equação superestimou os valores de No em vários sítios e condições de incubação, além de não modelar-se adequadamente aos dados. Sugere-se o uso da primeira equação para modelar a cinética de mineralização de N. As taxas de mineralização de N estabilizaram após 8 a 15 semanas de incubação. As quantidades totais de No (camada 0-15 cm), sob condições aeróbicas, foram em média de 103 ± 53 kg ha-1 de N e, sob condições anaeróbicas, em média de 281 ± 175 kg ha-1 de N. Admite-se que os valores de No obtidos aerobicamente estão subestimados, provavelmente em função: a) de potenciais efeitos nocivos da lixiviação periódica do solo com solução salina (CaCl2 0,01 mol L-1) sobre a atividade das comunidades microbianas dos solos e b) remoção, com as lixiviações, de grande quantidade de N-orgânico solúvel, potencialmente mineralizável. Por se constituírem em características da atividade biológica, física e química do solo, a cinética de mineralização de N e o No são índices importantes para avaliar a dinâmica do N em ecossistemas florestais, assim como podem constituir bons indicativos da sustentabilidade da produtividade florestal e qualidade ambiental. Estimou-se que as reservas médias de N dos sítios pesquisados sejam suficientes para 3 a 5 rotações de cultivo (7 anos cada) de E. grandis. No fim deste período, é provável que as respostas à adubação nitrogenada sejam bastante significativas. Em alguns sítios, a presença da mata nativa redundou em maiores quantidades de N potencialmente mineralizável (No). Por exemplo, o No estimado num fragmento de cerrado, em condições anaeróbicas, 173 mg de N kg-1 de solo, foi superior ao obtido num florestamento de Pinus caribaea var.hondurensis, recém implantado, 44 mg de N kg-1 de solo, o qual foi semelhante ao No obtido em um florestamento de Pinus caribaea var. hondurensis, com 20 anos de idade, 45 mg de N kg-1 de solo. Num fragmento de Cerradão e numa brotação de Eucalyptus grandis com 7 anos de idade, as quantidades de No foram muito superiores a de um povoamento de Eucalyptus grandis, recém reformado (0,3 ano de idade). Esses resultados destacam o grande o efeito de florestas adultas sobre os estoques de N, principalmente devido as grandes quantidades de N cicladas biogeoquimicamente. A floresta adulta de eucalipto foi capaz de manter no solo níveis de No similares ao da floresta nativa. A razão média N-NH4+: N-NO3-, quando se considera todos os sítios, foi igual a 4 : 1 sob condições aeróbicas. A predominância de N-NH4+</sup em solos sob florestas tem como uma das causas fundamentais o baixo nível de fertilidade dos solos e elevados índices de acidez do solo, inadequados para a atividade das bactérias nitrificadoras. Tomando-se por base as razões No/Nt (Nt é o N total do solo), deduziu-se que apenas 5 a 15% do teor de matéria orgânica do solo é decomponível. Esta variação dependeu das características do solo, principalmente aquelas relacionadas com o teor e qualidade da matéria orgânica do solo (MOS) e sua textura. |