Caracterização dos subtipos moleculares do câncer gástrico por expressão gênica e proteica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Ramos, Marcus Fernando Kodama Pertille
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-03072019-152538/
Resumo: INTRODUÇÃO: Recentemente, a classificação molecular do câncer gástrico (CG) emergiu como opção promissora para definir subgrupos prognósticos, distinguir o comportamento biológico, além de permitir a identificação de potenciais alvos terapêuticos para drogas específicas. Por meio de técnicas moleculares, o CG foi dividido em 4 subtipos: instabilidade de microssatélites (MSI), vírus Epstein-Barr (EBV)-positivo, genomicamente estável (GS) e instabilidade cromossômica (CIN). Os custos associados à complexidade técnica das metodologias moleculares são ainda um obstáculo para sua implantação na prática de rotina. OBJETIVOS: Determinar os grupos da classificação molecular por meio da expressão proteica de marcadores associados a cada subtipo. Comparar as diferentes classificações moleculares existentes e propor um novo modelo. MÉTODOS: Foram avaliados, retrospectivamente, 287 pacientes com CG submetidos à gastrectomia-D2 curativa, por meio da construção de tissue microarray. A expressão das proteínas de reparo do DNA, E-caderina e p53 foram avaliadas por imuno-histoquímica (IH), determinando os grupos MSI, GS e CIN, respectivamente. O EBV foi detectado por hibridização in situ (ISH). RESULTADOS: Após avaliação histopatológica, 179 (62,4%) pacientes foram classificados como CIN, 58 (20,2%) MSI, 30 (10,5%) EBV e 20 (7%) como GS. Os subtipos associaram-se com características distintas, tais como: gênero masculino (EBV, p=0.101); idade avançada (MSI, p=0,017), menor relação neutrófilo-linfócito (CIN, p=0,029), gastrectomia total (EBV, p < 0,001), localização distal (MSI, p=0,004), Laurén difuso (GS, p < 0,001), e estádio avançado (GS, p=0,014). O subtipo MSI apresentou melhor sobrevida livre de doença (SLD) (82,8%), seguido pelo EBV e CIN (ambos com 70%) e GS (50%) (p=0.005). A sobrevida global (SG) foi maior nos tumores MSI (75,9%), seguido pelo EBV (73,3%), CIN (65.4%) e GS (45%, mediana de 25 meses) (p=0.007). Em análise multivariada, gastrectomia total, pT, pN e os subtipos tumorais foram fatores significativos associados à SLD (MSI p=0,012; EBV p=0,037; CIN p=0,018; GS referência). Do mesmo modo, o tipo de cirurgia, pT, e os subtipos tumorais foram fatores independentes associados a SG (MSI p=0,010; EBV p=0,006; CIN p=0,025; GS referência). Com base no risco de recidiva dos pacientes do estudo, nova classificação, que inclui 5 subtipos, foi proposta. Evidenciou-se que a classificação por risco e cluster tiveram melhor acurácia para identificar recidivas e óbitos respectivamente. CONCLUSÃO: A análise IH/ISH foi capaz de determinar subtipos de CG com características clinicopatológicas e prognósticos distintos, reproduzindo os subtipos obtidos pela classificação molecular