Cosmografia de um mundo perigoso: espaço e relações de afinidade entre os Jarawara da Amazônia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Maizza, Fabiana
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-03022010-143732/
Resumo: Este trabalho visa a analisar as maneiras concretas e abstratas com que os Jarawara lidam com as relações de afinidade em um Mundo que concebem como perigoso. Tentamos demonstrar que o Mundo Jarawara é perigoso, pois ele reflete uma guerra generalizada em que todos os seres (humanos e não humanos) são, potencialmente, uma ameaça à vida do indivíduo jarawara. O xamã desempenha um papel central na manutenção deste Mundo, tanto para o entendimento dos perigos como para a proteção dos seus e agressão dos Outros. O único lugar tido como seguro é a aldeia, um local geograficamente delimitado. Porém, o agrupamento aldeão está sujeito a manipulações políticas e, por isto, a presença de um chefe centralizador de aliados é essencial. Enquanto vivos, os humanos participam da predação generalizada do Mundo Jarawara por meio da caça, da pesca e do xamanismo, mas tentam amenizar os eventuais problemas pós-mortem plantando seus roçados e criando, assim, laços de consanguinidade com os espíritos do céu. Quando morrem, os Jarawara tornam-se Outros, e é aqui que se iniciam os grandes problemas existenciais dos vivos.