A influência do \"slope\" tibial no risco de falha da reconstrução do ligamento cruzado anterior

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Marins, Murilo Humberto Tobias
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
ACL
LCA
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17142/tde-18122019-152516/
Resumo: Rupturas do ligamento cruzado anterior (LCA) são cada vez mais frequentes. Trata-se da lesão ligamentar mais comum do joelho, geralmente acometendo jovens. A maioria dos indivíduos que sofre essa lesão cursa com instabilidade articular. As subluxações, além de causar desconforto ao paciente, aumentam o risco de lesões associadas, como condrais e meniscais, piorando progressivamente a função do membro afetado. Por esse motivo, a cirurgia é o tratamento padrão-ouro para quem tem joelhos instáveis e deseja retornar às suas atividades habituais. Em virtude da mudança do perfil da população e do desenvolvimento das técnicas de reconstrução, o volume de cirurgias primárias cresceu muito. Embora esse procedimento tenha altos índices de sucesso, aumentou também o número de indivíduos com resultados insatisfatórios pós-cirurgia. Vários pesquisadores têm se dedicado a estudar possíveis fatores que colaborem para esse pior resultado. O \"slope\" tibial (ST), devido ao seu efeito na biomecânica articular, pode ter relação com esses casos e o objetivo desse trabalho foi analisar seu papel na lesão primária e na falha da cirurgia de reconstrução. Nossa hipótese inicial era que o aumento do ST seria um fator de risco para ambas as situações. Trata-se de um estudo retrospectivo, tipo caso-controle, que avaliou pacientes operados e seguidos no HCRP-USP entre 2002 e 2017 e um grupo controle de pacientes sem instabilidade do joelho, cujas radiografias foram avaliadas por radiologistas e laudados como normais. Após a coleta de dados e aplicação dos critérios de exclusão, foi possível estabelecer um grupo de 61 pacientes que sofreram revisão da reconstrução do LCA e outro de 67 indivíduos, submetidos a cirurgia primária com seguimento mínimo de 12 meses e que receberam alta após completo retorno às atividades habituais. Um terceiro grupo, representando a população normal (sem lesão ligamentar sintomática), totalizou 62 indivíduos. Após análise da reprodutibilidade do método de medição, optou-se por usar como referência a linha médio-diafisária proximal datíbia para o cálculo do ST de ambos os planaltos. Os dados coletados foram submetidos a análise da variância e pós teste de Tukey. Os valores do \"slope\" lateral (SL) foram significativamente maiores nos pacientes submetidos a revisão e reconstrução primária quando comparados ao grupo controle (p<0,01 - confirmado com pós teste). Porém, quando separados por sexo, indivíduos masculinos não tiveram diferença entre os três grupos e os do sexo feminino apenas entre a população normal e os casos de cirurgia primária. Em relação ao \"slope\" medial (SM) houve um aumento médio nos mesmos 2 grupos quando comparados ao controle, porém esse valor não teve significância estatística (p=0,26). Quando comparamos o grupo de revisão ao de reconstrução primária bem-sucedida não houve diferença em relação aos valores de angulação do SM (7,8 ± 3,05 x 7,81 ± 2,27 graus) nem do SL (10,73 ± 3,05 x 10,61 ± 2,31). Com base nos dados obtidos concluímos que o \"slope\" lateral pode ser um fator de risco para lesão primária do LCA, porém não tem relação com a falha da reconstrução. O SM parece não estar relacionado com nenhuma das situações.