Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Correia, Paula Ferolla |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/101/101131/tde-15012019-104957/
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Resumo: |
O alinhamento de voto no sistema internacional tem sido objeto de estudo desde o estabelecimento de Organizações Internacionais, principalmente após a Segunda Guerra Mundial. Parte da literatura trata da formação de grupos de votação em troca da alocação de ajuda externa por países desenvolvidos, que se verifica como uma estratégia de política externa a qual perdura a relação desigual de dependência econômica e barganha de voto no sistema internacional. Assim, a fundação da ONU e de outras Organizações que a sucederam destacou a crescente relevância em estudar os determinantes do comportamento dos Estados em votações multilaterais, tendo em vista seus posicionamentos de política externa. Já a cooperação brasileira se diferencia do formato tradicional de ajuda externa e enfoca na relação de parceria e redução de discrepâncias entre países em desenvolvimento. Buscou-se analisar a relação entre a ajuda externa brasileira, no formato de cooperação técnica bilateral, e o comportamento de voto de seus receptores na Assembleia Geral da ONU (AGNU), sendo que a alocação seria um meio para influenciar o comportamento de voto a favor de seus interesses de política externa no sistema internacional. Entretanto, os dados observados não apontam claramente para a barganha de votos nesse escopo, de forma que as análises sobre alocação da cooperação técnica brasileira, fluxo de comércio e investimentos levaram à escolha de Angola para o desenvolvimento de um estudo de caso. Logo, este estudo se aprofunda no alinhamento político entre Brasil e Angola, em cooperação técnica, fluxos bilaterais de comércio e investimentos e discursos diplomáticos. Verificou-se que o Brasil utiliza, em Angola, o modelo de cooperação pela transferência de conhecimentos, enquanto busca fortalecer as relações bilaterais, ampliar o prestígio brasileiro e alinhar votos na AGNU, de acordo com o interesse em se tornar uma liderança no cone Sul e em promover a reforma da AGNU e do Conselho de Segurança. Além disso, as entrevistas realizadas mostraram que as relações comerciais e de investimento de multinacionais brasileiras em Angola também contribuíram para a aproximação política entre os países, envolvendo o âmbito público e privado. Conclui-se que o alinhamento entre Brasil e Angola na AGNU não é um comportamento constante, de forma que não se verifica uma coalizão de voto. Por fim, esse alinhamento decorre dos interesses de países em desenvolvimento, quanto a representação do Brasil na esfera de membros permanentes do Conselho de Segurança. |