Avaliação dos efeitos tóxicos do cianeto e do tiocianato no período perinatal. Estudo em ratos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Sousa, Altamir Benedito de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10133/tde-21052007-171727/
Resumo: O objetivo do presente estudo foi o de determinar os efeitos da exposição prolongada ao KCN e ao KSCN em ratos, no período perinatal. Inicialmente, realizou-se o estudo toxicocinético do tiocianato em ratas, em três estados fisiológicos diferentes: fase estrogênica, gestacional e de lactação. Para tal, estes animais receberam, por via oral, na água de bebida ou gavage, a dose única de 3 mg/kg de KCN. Os resultados obtidos mostraram aumento significante nos níveis séricos, lácteos e no líquido amniótico, de tiocianato, após a administração do KCN. A partir destes dados, foram calculados os parâmetros toxicocinéticos. Na segunda etapa, foram utilizadas ratas, as quais foram divididas em 3 grupos controles e 18 experimentais, que receberam as diferentes doses de KCN (1; 3 e 30 mg/kg) ou KSCN (0,8; 2,4 e 24 mg/kg), na água de bebida, do 6º ao 20º dia de gestação e submetidas à eutanásia no 20º dia da gestação ou no 22º dia pós-parto; e do 1º ao 19º dia da lactação, e submetidas à eutanásia no 19º dia deste período. Ao final de cada experimento, os animais foram submetidos à eutanásia, no período apropriado, bem como os fetos e filhotes, coletando-se soro para análise dos níveis de tiocianato, glicose, colesterol, uréia, creatinina, alanina aminotransferase, aspartato aminotransferase, fosfatase alcalina, bem como foram retirados fragmentos do sistema nervoso central, do rim, do pâncreas, da tireóide, do fígado, do pulmão e do baço para estudo histopatológico. Ainda, realizou-se a dosagem de tiocianato no líquido amniótico e no leite, bem como a análise óssea e visceral dos fetos. Dos parâmetros bioquímicos analisados, em relação às mães, verificou-se que os níveis séricos de tiocianato estiveram aumentados, significantemente, em diversos grupos experimentais, no entanto, poucas foram as alterações nas enzimas e outras substâncias avaliadas. O estudo histológico revelou, tanto naquelas gestantes quanto nas lactantes, nefrose, hemorragia e hemossiderose renal; congestão, neuronofagia e gliose no SNC; congestão, vacuolização e proliferação dos ductos biliares e aumento no número de vacúolos de reabsorção no colóide dos folículos tireoidianos, de forma dose-dependente, nos diferentes grupos experimentais. Ratas gestantes, submetidas à eutanásia no 20º dia da gestação apresentaram, ainda, depleção de células das ilhotas de Langerhans. Em relação aos filhotes, tanto aqueles provenientes de fêmeas tratadas durante a gestação quanto da lactação, verificou-se que, embora a avaliação bioquímica tenha revelado alteração apenas no tiocianato sérico de filhotes de mães provenientes dos grupos experimentais, o estudo histológico, nestas proles, mostrou várias lesões, a saber: congestão, neuronofagia e gliose no SNC, congestão renal e hepática, vacuolização e proliferação dos ductos biliares. Por outro lado, não foram detectadas alterações na performance reprodutiva bem como na análise visceral e óssea dos fetos. Portanto, pode-se sugerir que o cianeto e/ou seu metabólito promovam efeito tóxico diretamente sobre o feto, no entanto estas alterações são passíveis de detecção apenas na fase pós-natal. Além disto, verificou-se, que o cianeto e/ou o tiocianato são carreados para o leite, podendo comprometer, também, a saúde do neonato.