Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Rosa, Paula Waki Lopes da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5135/tde-19012023-114721/
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: Obesidade (OB) e anorexia nervosa (AN) são doenças crônicas de etiologia multifatorial, de difícil tratamento e associadas com aumento do risco de mortalidade em relação à população geral. A identificação de fatores que influenciam essas doenças pode levar à melhor compreensão dos mecanismos fisiopatológicos envolvidos e à descoberta de novos alvos terapêuticos. A magreza constitucional (MC) é caracterizada por baixo peso na ausência de desnutrição, excesso de exercícios ou doenças crônicas que impliquem em perda ponderal, e pela presença de menstruações regulares e resistência natural e fisiológica ao ganho de peso. Estudos revelaram diferenças entre a microbiota intestinal (MI) de pessoas com OB e com peso normal (PN), e mais recentemente, entre indivíduos com AN e com PN. OBJETIVO: Caracterizar e comparar parâmetros antropométricos, metabólicos, de saúde mental e a MI de mulheres com OB, PN, AN e MC. MÉTODOS: Essa tese foi composta pela compilação de dois artigos. No primeiro, avaliamos e comparamos aspectos de saúde mental avaliados por questionários nos quatro grupos, correlacionando- os às variáveis antropométricas e laboratoriais. No segundo, caracterizamos e comparamos a MI (a partir da extração e sequenciamento do DNA bacteriano presente nas amostras fecais), avaliando também as correlações dos resultados da MI com os parâmetros antropométricos, laboratoriais e de saúde mental. Foram avaliadas 77 mulheres de 18 a 40 anos (20 com OB, 19 com PN, 20 com MC e 20 com AN). RESULTADOS: As mulheres com AN apresentaram os maiores escores em ansiedade e checagem corporal (p<0.001). As mulheres com OB e AN apresentaram maiores escores nos questionários de depressão, alteração do comportamento alimentar (compulsão ou restrição), e insatisfação corporal em relação às mulheres de PN ou MC (p<0.05). Os escores no questionário de insatisfação corporal Body Shape Questionnaire (BSQ) e na Escala de Compulsão Alimentar Periódica (ECAP) correlacionaram-se positivamente com índice de massa corporal, circunferência abdominal, relação cintura-estatura, gordura corporal, leptina e leptina ajustada para gordura corporal (r>0,3 e p <0,05). Na análise da MI, observamos diferenças em todos os níveis taxonômicos. O grupo OB apresentou aumento do filo Proteobacteria em relação aos grupos AN e MC, e do gênero Butyricimonas em relação aos grupos PN, AN e MC. O grupo AN apresentou diminuição do gênero Roseburia em relação aos grupos MC e PN, e da espécie Anaerotruncus colihominis em relação ao grupo PN. A espécie Akkermansia muciniphila foi mais prevalente em mulheres de PN em relação às com MC (p<0.05 para todas as comparações entre os grupos). Houve associação entre MI, parâmetros antropométricos e metabólicos laboratoriais, e resultados nos escores dos questionários de saúde mental (p<0.05). CONCLUSÕES: Embora mulheres com AN e MC possam apresentar similaridades físicas, elas têm diferenças importantes quanto à saúde mental. Mulheres com OB e AN apresentam maior comprometimento da saúde mental (depressão, comportamento alimentar e insatisfação corporal) que aquelas com PN e MC. Os grupos apresentam diferenças em todos os níveis taxonômicos, e existem correlações entre determinadas espécies e parâmetros antropométricos, laboratoriais e de saúde mental, o que sugere uma possível associação entre MI e os mecanismos envolvidos na fisiopatologia da OB e AN. Mais estudos são necessários para que se possa comprovar algum efeito de causalidade |