Marcadores inflamatórios na terapia comportamental baseada em aceitação e atenção plena em pacientes com transtorno de ansiedade generalizada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Gandarela, Lucas Marques
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-08122021-140003/
Resumo: INTRODUÇÃO: O Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) é um transtorno crônico e debilitante que tem sido associado aos elevados níveis de Proteína C Reativa (PCR) e citocinas pró-inflamatórias. Há evidências de associações entre o TAG, a síndrome metabólica e um risco aumentado para doenças cardiovasculares, condições também relacionadas a processos inflamatórios crônicos. Um dos possíveis mecanismos pelos quais a inflamação parece afetar a função cerebral é através da modulação do fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF). Apesar de sua comprovada eficácia no tratamento do TAG, estudos sobre os efeitos da terapia cognitivo-comportamental no perfil inflamatório dos pacientes com ansiedade clínica têm apresentado resultados inconsistentes. O objetivo desse estudo é avaliar o efeito da Terapia Comportamental Baseada em Aceitação e Atenção plena (TCBA) em medidas de fatores inflamatórios e do BDNF e sua associação com a intensidade da ansiedade em pacientes com TAG. MÉTODOS: Concentrações séricas dos marcadores inflamatórios (PCR, IL-1b, IL-4, IL-6, IL-10, TNF-a) e o nível plasmático do BDNF foram mensurados em amostras de sangue de 77 pacientes com TAG que participaram de um ensaio clínico randomizado de 10 sessões em grupo de TCBA (n=37) ou Terapia Suportiva (TS), utilizada como controle (n=40), que ocorreu no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas. As coletas de sangue foram realizadas antes da primeira sessão (semana 1) e após a 10a sessão (semana 14) de terapia. Medidas clínicas de ansiedade, pela Escala Hamilton de Ansiedade (HAM-A), também foram avaliadas ao longo do tratamento. O Modelo Linear de Efeitos Mistos (MLM) foi utilizado para comparar os níveis dos marcadores biológicos e dos escores de ansiedade antes e após o tratamento e entre os grupos, recalculados com ajustes para as covariáveis de sexo, idade, escore basal da HAM-A e diagnóstico de depressão. RESULTADOS: As concentrações séricas de IL-1b reduziram no grupo controle (t=2,83; p=0,008) e as concentrações séricas de IL-6 aumentaram no grupo experimental ao longo do tratamento (t= -3,16; p=0,003), não havendo diferença quanto à IL-4, IL-10, PCR e ao TNF. Também não houve diferença entre grupos quanto ao efeito no BDNF, com aumento de seus níveis plasmáticos em ambos os grupos ao longo do tratamento (TCBA: t= -3,73; p=0,0006; TS: t= -4,9; p < 0.0001). Esses resultados se mantiveram após ajuste para as covariáveis. Apesar de redução dos níveis de ansiedade em ambos os grupos, não houve diferença entre grupos ao longo do tratamento, nem correlação entre os sintomas clínicos e as medidas dos biomarcadores. CONCLUSÃO: O presente estudo sugere que um ensaio de curta duração de TCBA não modifica o perfil pró-inflamatório, que pode estar associado ao TAG, nem os níveis do BDNF em comparação com a TS. Estudos adicionais, que avaliem a influência de outras variáveis relacionadas à inflamação sistêmica assim como o efeito da TS nos biomarcadores em pacientes com TAG, são necessários