\"Manter normal a criança normal e normalizar a desajustada\": Arthur Ramos e o Serviço de Ortofrenia e Higiene Mental, 1934-1939

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Tamano, Luana Tieko Omena
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-23112018-103312/
Resumo: Com esta tese, busca-se refletir sobre o trabalho desenvolvido pelo médico alagoano Arthur Ramos (1903-1949) frente ao Serviço de Ortofrenia e Higiene Mental (SOHM), no recorte temporal de 1934 a 1939, período que corresponde tanto à fundação e término do Serviço quanto ao tempo em que Ramos foi seu diretor. Almeja-se entender qual foi o papel desempenhado por ele no Serviço: de sua criação ao seu término, passando por sua construção operacional, metodologia de trabalho, equipe, métodos teóricos utilizados, abordagem realizada e os trabalhos desenvolvidos. Sustenta-se a hipótese de que o SOHM foi criado e funcionou como um serviço auxiliar à reforma educacional Anísio Teixeira no intuito de normalizar os escolares matriculados nas escolas experimentais, lócus da reforma, classificados como desajustados. Para alcançar estes objetivos, utilizou-se como fontes os escritos de Ramos; as fichas ortofrênicas dos alunos assistidos pelo SOHM e o Diário de uma das alunas. Estas séries documentais possibilitaram uma compreensão daquela instituição em sua integridade, abarcando seus objetivos, realizações e como as crianças foram inseridas em todo o processo. Para analisar estes materiais, utilizou-se do método indiciário de Ginzburg, tencionando \"ver\" a presença das crianças e de suas famílias para além do que registrava o SOHM, por meio dos vestígios que resistiram e foram impressos. Como aporte metodológico complementar, foi utilizada a estatística descritiva, objetivando sistematizar as informações textuais e transformá-las em valores numéricos, gerando médias e percentuais, que possibilitaram uma análise geral do grupo de alunos.