Estudo comparativo das técnicas de tratamento da deformidade em flexão do joelho nos pacientes com paralisia cerebral espástica: alongamento dos tendões dos músculos isquiotibiais mediais com ou sem transferência do semitendíneo para o tubérculo dos adutores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Morais Filho, Mauro Cesar de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5140/tde-04112016-141531/
Resumo: Introdução: O alongamento dos músculos isquiotibiais (ISQ) tem sido utilizado com frequência para a correção da contratura em flexão dos joelhos na paralisia cerebral (PC), porém o aumento da anteversão da pelve (AP) e a recidiva da deformidade podem ocorrer a longo prazo. Objetivos: O objetivo deste trabalho foi avaliar se a transferência do semitendíneo para o tubérculo dos adutores (TXST) está relacionada a uma menor taxa de recidiva e a um menor aumento da AP no período pós-operatório, quando comparada ao alongamento deste músculo. Métodos: Foi realizado um estudo tipo coorte retrospectivo. Pacientes com PC diparesia espástica, Gross Motor Function Classification System (GMFCS) I-III, sem cirurgias prévias nos joelhos, submetidos ao alongamento dos ISQ mediais ou à TXST, e com completa documentação no laboratório de marcha foram incluídos no estudo. Foram excluídos aqueles que receberam de forma concomitante a osteotomia extensora do fêmur distal e o encurtamento patelar. Trinta e nove pacientes preencheram os critérios de inclusão e foram divididos em dois grupos de acordo com os procedimentos cirúrgicos realizados: Grupo A (22 pacientes / 44 joelhos), composto por aqueles que receberam o alongamento dos ISQ mediais; Grupo B (17 pacientes / 34 joelhos), formado por aqueles que receberam a TXST ao invés do alongamento do semitendíneo (AST), em conjunto com o alongamento dos demais ISQ mediais. Parâmetros clínicos e de cinemática foram avaliados nos dois grupos antes e após as cirurgias. Resultados: Os grupos não exibiram diferença quanto à distribuição por gênero, idade na cirurgia e tempo de seguimento. A deformidade irredutível em flexão estava presente em 9,1% dos joelhos no Grupo A e em 50% no Grupo B (p < 0,001) antes do tratamento, e em 25% dos joelhos do Grupo A e 20,6% no Grupo B (p=0,647) após os procedimentos cirúrgicos. O número de joelhos com deformidade irredutível em flexão aumentou no Grupo A (p=0,047) e reduziu no Grupo B (p=0,011) após a intervenção. Houve redução significativa da deformidade média em flexão dos joelhos ao exame físico (de 7,3° para 4,4°, p= 0,04) e da flexão dos joelhos durante a fase de apoio da marcha (de 34,2° para 20,2°, p < 0,001) apenas no Grupo B. A AP aumentou nos Grupos A e B após a correção cirúrgica da deformidade em flexão dos joelhos. Conclusão: O aumento da AP foi observado nos dois grupos após o tratamento efetuado. A redução da deformidade em flexão dos joelhos ao exame físico e o aumento da extensão dos joelhos na fase de apoio foram observados apenas nos pacientes submetidos à TXST