Ensaio clínico sobre a influência do suporte contínuo oferecido por doula na liberação endógena de serotonina em parturientes: um estudo piloto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Moraes, Eleonora de Deus Vieira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17145/tde-10052021-144436/
Resumo: O suporte contínuo oferecido por doulas (acompanhantes de parto especialmente treinadas) consiste no apoio não técnico, no modelo de atenção um para um, onde o cuidado é oferecido em três dimensões distintas: suporte emocional, medidas de conforto físico e suporte informativo durante o parto. A literatura científica evidencia que esta intervenção proporciona benefícios, melhorando alguns desfechos clínicos. Entretanto, não se encontra na literatura atual a compreensão sobre quais mecanismos fisiológicos possam estar envolvidos nos resultados clínicos observados. A serotonina é uma molécula biológica do grupo monoamina que atua sistemicamente como hormônio e centralmente como neurotransmissor. Sua função hormonal abrange uma ampla gama de sistemas fisiológicos. Centralmente atua como inibidor sináptico, capaz de inibir as sinapses de dor e está envolvida na regulação do humor, da motivação, tendo papel importante na indução e manutenção do comportamento materno. O objetivo do trabalho foi de avaliar a influência do suporte contínuo oferecido por doula na liberação endógena de serotonina em parturientes através de um estudo piloto de ensaio clínico, aberto, controlado e randomizado. A amostra consistiu em 22 parturientes atendidas para assistência ao parto no Centro de Referência da Saúde da Mulher de Ribeirão Preto- MATER (CRSMRP-MATER). Foram coletadas amostras sanguíneas para posterior dosagem de serotonina na fase ativa (T1), expulsiva (T2) e quarto período de Greenberg (T3). O grupo experimental constituído por 11 parturientes recebeu suporte contínuo oferecido por doula e os resultados das concentrações de serotonina foram comparados com 11 parturientes que receberam a assistência habitual. A mediana das concentrações de serotonina nas diferentes fases clínicas do parto no grupo controle e no grupo que recebeu suporte contínuo foram respectivamente: fase ativa 164,34,ng/ml e 153,18 ng/ml; expulsivo 178,06 ng/ml e 159,10 ng/ml e período de Greenberg 195,55 ng/ml e 218,63 ng/ml. A análise dos dados não mostrou diferença significativa intergrupo, quando avaliadas as concentrações de serotonina nas respectivas fases clínicas do parto (T1: p = 0,7; T2: p= 0,52; T3: p = 0,44). Encontrou-se diferença significativa na concentração de serotonina intragrupo no grupo atendido por doula, mostrando aumento na concentração de serotonina entre T1 e T3 (p = 0,0032) e T2 e T3 (p = 0,0069). No grupo controle não houve diferença significativa da liberação de serotonina entre os tempos. Concluiu-se que o suporte contínuo oferecido por doulas não interferiu na liberação endógena de serotonina em parturientes, provavelmente em decorrência do tamanho da amostra. Foi encontrado, no entanto, o aumento na dinâmica de liberação de serotonina no quarto período de Greenberg no grupo acompanhado por doulas.