Avaliação do potencial osteogênico da SAOS-2 crescidas sobre superfícies de titânio modificadas por diferentes tipos de tratamentos para peri-implantite

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Tartaroti, Natalia Caroline Aguiar
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23149/tde-31012023-100238/
Resumo: A popularização da reabilitação oral com implantes de titânio (Ti) coincide com o aumento da incidência de peri-implantite, o que tem preocupado a comunidade odontológica. A peri-implantite é um processo inflamatório que afeta todos os tecidos em torno do implante de Ti e resulta na perda de osso de suporte. Quando não adequadamente tratada, a doença pode evoluir até a perda do implante, impactando negativamente a qualidade de vida do paciente. Diversas opções cirúrgicas e/ou não cirúrgicas estão descritas na literatura, entre elas a implantoplastia (Imp), o jateamento com pós abrasivo (Pó) e a laserterapia (Laser). Entretanto, não há consenso sobre qual tratamento é o mais adequado e não há dados sobre o impacto destes nas superfícies do Ti, assim como os seus efeitos nas células envolvidas no processo de osseointegração. Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos de diferentes tratamentos na superfície do Ti, e na diferenciação osteoblástica de células da linhagem SAOS-2 crescidas sobre essas superfícies. Para tanto, discos de Ti (2 x 6 mm) comercialmente disponíveis com superfícies modificadas por adição de nano-hidroxiapatita (NANO) ou duplo ataque ácido (DAA), foram submetidos ao tratamento por plastia por brocas (implantoplastia), plastia por pó abrasivo (jateamento) e plastia por laser. Como controle foram utilizados discos NANO ou DAA sem tratamento. A topografia das superfícies foi avaliada por microscopia eletrônica de varredura (MEV). Após 24 e 72 horas de cultura, a adesão e morfologia celulares foram avaliadas por MEV; aos 1, 3 e 5 dias a viabilidade celular foi avaliada por MTT. A diferenciação celular foi avaliada pela atividade da fosfatase alcalina (ALP) aos 7, 10 e 12 dias e a produção de matriz óssea mineralizada aos 12 e 15 dias. Os dados foram comparados por teste t e ANOVA com um ou dois fatores seguido do Student-Newman Keus, quando necessário, e o nível de significância adotado foi de 5%. As superfícies do Ti foram modificadas na dependência do tratamento; contudo a morfologia celular foi semelhante, com células espraiadas em formato poligonal e diversos filipódeos. A superfície NANO não apresentou diferença estatisticamente significativa entre os tratamentos para proliferação celular (p=0,384) assim como não houve diferença na interação grupo-tempo (p=0,156) e a produção de matriz mineralizada (p=0,444) em todos os tempos experimentais; por outro lado, a atividade de ALP apresentou diferenças estatisticamente significativas entre os grupos, tempos e na interação grupo-tempo (p < 0,001, p < 0,001 e p= 0,017, respectivamente). A proliferação celular de células crescidas na superfície DAA apresentou diferenças estatisticamente significativas entre os grupos, tempo e na interação grupo-tempo (p < 0,001, para todas as dependências avaliadas); a atividade de ALP apresentou diferenças estatisticamente significativas entre os grupos e entre os tempos (p= 0,002 e p <0,001, respectivamente) e produção de matriz mineralizada apresentou diferenças estatisticamente significantes entre os grupos, tempo e na interação tempo-grupo (p= 0,042, p= 0,002 e p= 0,001, respectivamente). Nossos resultados indicam que os tratamentos da peri-implantite modificam a superfície dos discos de Ti, mas mantêm a viabilidade e proliferação e o potencial de diferenciação celular. Ainda, a superfície DAA Laser se comporta de forma mais favorável frente aos tratamentos sofridos, apresentando maior atividade de ALP (p=002) e produção de matriz mineralizada (p=0,027) quando comparado a superfície NANO Laser.