Y si esta não for uma Oração Condicional? A (não) influência do contexto e da instrução formal na compreensão de um enunciado complexo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Ballesteros, Maria de los Angeles de Castro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8145/tde-27112019-192146/
Resumo: É recorrente, nos estudos gramaticais do Português Brasileiro e do Espanhol, a identificação da conjunção condicional SE/SI como introdutora de Orações Condicionais. No entanto, frente a alguns enunciados introduzidos pela partícula E/Y + SE/SI como ¿Y si pintamos una bailarina? e ¿Y si jugamos a otra cosa?(Em Batu, de Juan Matías Loiseau - Tute) dita classificação não condiz com a de uma Oração Condicional prototípica. Matte Bon (1995), Escandell Vidal (1999), Montolío (1999), Moura Neves (2000), Fernández Lanza (2008) e Perini, (2010) coincidem quanto à classificação dessa estrutura como pertencente às Orações Condicionais. A partir desta questão, discutem-se dois aspectos neste trabalho: o primeiro tem a ver com a pertinência da classificação dessas orações como Condicionais não prototípicas e, o segundo, refere-se à compreensão, por parte dos alunos de Espanhol como Língua Estrangeira, dos efeitos de sentido produzidos em tais enunciados, influenciados (ou não) por diferentes elementos do contexto e pela instrução formal. Tomando como base outros estudos sobre Orações Condicionais (BAGNO, 2011; KOCH, 2011; CASTILHO, 2014) e à luz de Montolío (1999) entende-se que os enunciados em questão apresentam um importante componente pragmático, que vem ao encontro da hipótese referente à possibilidade da influência de diferentes elementos do contexto (PARRET, 1985; IBAÑEZ, 1990; VAN DIJK, 2007, 2012) para a compreensão por parte dos aprendizes brasileiros de espanhol. O corpus desta pesquisa constitui-se de respostas dos sujeitos de pesquisa (alunos de E-LE do Ensino Médio e de Pós-graduação), a partir de duas atividades baseadas em uma tirinha: uma de reformulação das falas dos personagens e outra de elaboração de um relato da narrativa. A partir da análise destas respostas, argumenta-se, partindo das contribuições de Koch (2011) e dos estudos de Portolés (1988), que a partícula E/Y seria um operador argumentativo que aliado à modulação interrogativa do enunciado gera um efeito atenuador de cortesia (BRIZ, 2013). Quanto à influência do contexto, concluímos que este se constitui de componentes verbais e não verbais e estes terão maior ou menor influência na compreensão, conforme a relevância de um ou de outro elemento, para o interlocutor. Nossa análise permite afirmar que, no caso dos enunciados em questão, a instrução formal não teve qualquer influência na compreensão do efeito de sentido.